"Consegui acordar e escapar da morte", diz atleta da base do Flamengo

Meia Felipinho chegou ao Flamengo nesta temporada. (Foto: Reprodução/Twitter).

Felipinho, que estava em quarto que pegou fogo, lamentou não ter salvo mais colegas

Recém-chegado ao Flamengo, o meia Felipinho, 15 anos, atleta do Sub16, demonstrou alívio por ter conseguido escapar da morte, na madrugada desta sexta-feira (8), mas também consternação e lamento por não ter conseguido salvar outros colegas que morreram no alojamento do Centro de Treinamento do Flamengo, na Zona Oeste do Rio.

Ele e outros rapazes da base rubro-negra dormiam quando incêndio começou no quarto que ele estava. Ao todo, dez pessoas morreram e três ficaram feridas, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

“Incêndio ocorreu no meu quarto, só tenho que agradecer a Deus por conseguir acordar e escapar da morte, Deus conforte meus irmãos”, postou o garoto no Twitter.

Ele contou ainda que conseguiu salvar alguns colegas, mas não pôde evitar a morte de outros companheiros de clube.

“Estou muito mal por não ter conseguido tirar todos meus irmãos. Pq meu Deus? Obrigado por estar vivo Senhor. Luto eterno pros meus irmãos nunca serão esquecidos”, completou ele.

Esta mensagem foi apagada minutos depois. Felipinho era da base do Santos e tinha menos de uma semana no Ninho do Urubu, onde atuará a partir desta temporada. 

No local onde ocorreu o incêndio estavam jovens entre 14 e 17 anos. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 5h17. “Pelo horário, todos estavam dormindo, e isso pode ter contribuído para essa tragédia. A gente não tem as idades das vítimas. Sabemos que são jovens da base do Flamengo", declarou o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Douglas Henaut.

Um dos três feridos se chama Cauã Emanuel Gomes Nunes. Ele tem 14 anos, é de Fortaleza e mora no Rio de Janeiro há três anos. Os outros dois garotos que estão internados são Jonathan Cruz Ventura, 15 anos, e Francisco Diogo Bento Alves, 15. Jonathan foi levado às pressas para o hospital, com 40% do corpo queimado. 

Mães de atletas que estavam na porta do CT na manhã desta sexta contaram que os jogadores foram liberados do treino, e quem mora no Rio pôde dormir em casa. "Se tivesse treino hoje, a tragédia teria sido muito maior", disse uma mãe.