"Esgotamos nosso tempo", diz premiê britânico na COP26

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Para Boris Johnson, é preciso agir agora

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje (1º), na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Clima (COP26) - que ações são cruciais para evitar efeitos desastrosos decorrentes da mudança climática. E que a humanidade já esgotou seu tempo no esforço contra essa mudança. "Estamos a um minuto da meia-noite e precisamos agir agora", disse Johnson na cerimônia de abertura em Glasgow, na Escócia. A cúpula começou nesta segunda-feira e líderes mundiais, especialistas do clima e ativistas prometem ação decisiva para deter o aquecimento global.

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Após a apresentação de um breve vídeo de Brian Cox e de um poema de Yrsa Daley Ward, o premiê lembrou que nos filmes normalmente os "espiões" tentam impedir que alguma força acabe com o mundo. "Podemos não nos sentir um James Bond, mas temos a oportunidade e o dever de fazer desta cúpula o momento em que a humanidade começou a desarmar essa bomba, o momento quando começamos irrefutavelmente a virar a maré e a lutar contra as alterações climáticas"

Para Johnson, o dia do "apocalipse ambiental" está cada vez mais próximo.

Guterres

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou ao plenário da conferência que os seis anos mais quentes já registrados ocorreram a partir de 2015. Para ele, é agora ou nunca para a humanidade decidir entre a extinção ou a salvação.

O G20 é responsável por cerca de 80% das emissões de dióxido de carbono, o gás produzido pela queima de combustíveis fósseis, que é a causa principal das ondas de calor, secas, inundações e tempestades que estão aumentando de intensidade em todo o mundo.

Merkel

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu, durante o encontro, que fixar um preço para as emissões de dióxido de carbono é a melhor maneira de garantir que as indústrias e atividades econômicas se empenhem em atingir a neutralidade carbônica.

"Apelo que se coloque um preço nas emissões de dióxido de carbono, como já fazemos na União Europeia, como a China pretende fazer e como precisamos aplicar em outros países do mundo. Se o fizermos, podemos garantir que as nossas indústrias, as nossas atividades econômicas desenvolvam as melhores tecnologias e métodos para atingirem a neutralidade carbônica", declarou. 

Merkel salientou que acabar com o uso de combustíveis fósseis, como o carvão, para produção de energia não depende apenas da ação dos governos.

É preciso, defendeu, "mudar a maneira de fazer negócios" e caminhar para uma "transformação abrangente", que encoraje a passagem para "mobilidade e processos industriais sem emissões de carbono".

Macron

O presidente francês, Emmanuel Macron, disponibilizou 7 bilhões de euros para ajudar os países mais pobres a reduzir as emissões de carbono. Ele alertou, no entanto, que são os países mais poluentes que têm de fazer mais esforços.

O objetivo da COP26, segundo Macron, é conseguir que os principais emissores, cujas estratégias nacionais não não estão de acordo com o compromisso de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus, elevem as suas ambições ao longo dos próximos 15 dias.

*Com informações da Reuters e da RTP - Rádio e Televisão de Portugal.