"Não é ambientalista e é desinformado", diz Marina Silva sobre ministro que afirmou que conhecer Chico Mendes é "irrelevante"

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo.

Depois que Ricardo Salles questionou a relevância do ativista, a ex-titular da pasta do meio ambiente publicou um longo texto sobre o assunto em seu blog

BRASÍLIA - Se o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declara que não sabe quem foi Chico Mendes, a ex-ministra e candidata à presidência em 2018, Marina Silva, se apresentou para explicar. Em rede social, Marina disse que Salles "não sabe da relevância de Chico Mendes por motivos óbvios: não é ambientalista e é desinformado".

"Chico faz parte do Panteão da Pátria e é reconhecido mundialmente. Apesar da ignorância de Salles, a luta de Chico permanece viva!", continuou Marina. Em seu blog, ela escreveu um longo texto para lembrar quem foi Chico Mendes.

Ontem, o atual ministro do Meio Ambiente afirmou não conhecer o seringueiro e questionou a relevância do acreano "neste momento" . A fala foi dada durante o programa Roda Viva, da TV Cultura. Chico Mendes foi um ativista ambiental reconhecido internacionalmente, inclusive pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelos seus trabalhos em defesa do meio ambiente.

Marina Silva ao lado do ativista Chico Mendes. Foto: Divulgação.

No texto, Marina chama Chico Mendes de "amigo, irmão, mentor e companheiro de luta" e afirma que o ativista teve papel fundamental "na agenda ambiental no combate ao desmatamento, no aprimoramento da legislação e das estruturas de governança, na criação de unidades de conservação, no papel de destaque que o Brasil alcançou nas negociações multilaterais e na valorização dos povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais".

De acordo com ela, os dois se conheceram quando Marina tinha 17 anos, e o encontro teria mudado sua vida. A ex-ministra também falou sobre a última vez que viu o ativista. Nesse momento, Chico Mendes afirmou que achava que iria ser assassinado e que não havia o que fazer para impedir isso.