57 mil alevinos de espécie ameaçada de extinção foram introduzidos nos municípios de Bom Jesus da Lapa e de Xique-Xique

Espécie pacamã foi colocada em trecho do Rio São Francisco (Foto: Divulgação/Codevasf)

Risco de extinção levou técnicos a realizarem trabalho semelhante ao que foi feito com outras espécies

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) introduziu no mês passado cerca de 57 mil alevinos de pacamã, Lophiosilurus alexandri em trechos do rio nos municípios baianos de Bom Jesus da Lapa (BA) e de Xique-Xique (BA). Em Bom Jesus da Lapa, o peixamento introduziu 20 mil alevinos de pacamã no trecho do São Francisco localizado na comunidade Barrinha.

Já em Xique-Xique, a soltura dos 37 mil espécimes aconteceu em um trecho do rio São Francisco tradicionalmente utilizado como local de pesca pelas comunidades de Nova Iguira, Marreca Velha, Alto Grande e Mendonça, que juntas reúnem mais de 350 pescadores, informa a Codevasf, em comunicado.

De acordo com o técnico da Codevasf, Rodrigo Bernardes, lotado no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Xique-Xique, a unidade iniciou o trabalho de repovoamento com o pacamã por causa da ameaça de extinção da espécie, que já consta na lista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de peixes ameaçados.

"O pacamã está sendo considerada uma espécie vulnerável. Normalmente, nós trabalhamos com as espécies migradoras, como surubim, dourado, curimba e piau. No entanto, iniciamos o trabalho também com o pacamã por causa desse risco de extinção", explicou o técnico da Codevasf.

"O pacamã é uma das espécies nativas do rio São Francisco e faz parte da cadeia alimentar do rio e fonte de alimento e renda para o ribeirinho. Essa espécie tem um grande interesse comercial na região. Esses peixamentos de pacamã foram realizados no início da piracema, que é justamente agora em novembro" comenta Isabel Denis, técnica da Unidade de Desenvolvimento Territorial da Codevasf em Bom Jesus da Lapa.