A língua dos sábios produz a cura

Imagem ilustrativa.

Mônica Bastos | Gosto muito de conversar, e era aquele tipo de pessoa que quando se reunia com as pessoas, não dava espaço para elas conversarem; detalhe: não percebia tamanha inconveniência e egoísmo. Afinal de contas, quando as pessoas sentam em uma roda de conversa, elas querem falar e também ouvir.

Às vezes, alguém me dava um toque: “mulher, você conversa demais”. Achava tudo aquilo muito engraçado, e não levava nada a sério, até que em determinado dia tive uma Epifania e, definitivamente, entendi a importância das palavras.

A bíblia, em Provérbios 12:18, nos diz que: “Quem fala levianamente fere como espada, mas a língua dos sábios produz a cura”. As palavras quando usadas sabiamente têm poder de cura. Porque levianamente desperdiçar algo tão precioso?

Ainda gosto de conversar, no entanto, salvo àqueles momentos de diversão ao lado de amigos, onde realmente as “fichas” precisam ser distribuídas, opto por usar as palavras de maneira extremamente cuidadosa.

Estamos vivendo dias bastante nocivos. Existe uma linha tênue entre a liberdade de expressão e o desrespeito.  As pessoas com suas línguas afiadas e destrutivas se gabam de serem positivas e verdadeiras. Há uma grande diferença entre ser verdadeira e ser maléfica.

Há dois meses, a mídia nacional divulgou a notícia da morte do filho de 16 anos da cantora Walkyria Santos, ex-vocalista da banda Magníficos. Ele cometeu suicídio após receber comentários maldosos em um vídeo publicado na internet. As pessoas que fizeram isso nem perceberam que, de forma indireta, cometeram um crime.

Quando ouvimos notícias de que um garoto foi morto a facadas, nos sensibilizamos. No entanto, quando alguém é morto por culpa da língua afiada e maligna de alguém, simplesmente ignoramos.

Infelizmente, nem todas as pessoas sabem lidar com a opinião do outro a seu respeito. Essa é uma fragilidade de muitos e não temos controle sobre isso. Contudo, temos controle sobre as nossas palavras e podemos usá-las para cura, ao invés de morte.

Se porventura, não encontrar motivos para elogiar alguém, pelo menos a poupe de uma crítica destrutiva.

Se não tivermos a capacidade de usar as palavras para ajudar alguém, sejamos sábios. O melhor a fazer é nos calar.