A vitória das redes sociais nas eleições de 2018

Bolsonaro, como nenhum outro homem público, usou muito bem todas as redes sociais disponíveis.

*EDILSON ROCHA | Pela primeira vez desde que a eleição para presidente da República passou a ser definida através do voto direto, meios de comunicação como televisão e rádio perderam seu poder de influência sobre o eleitorado brasileiro.

A eleição deste ano, definida em dois turnos, com a vitória do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, evidenciou o protagonismo das redes sociais em a toda a campanha eleitoral, incluindo o período do horário gratuito. 

Não há mais espaço para uma única verdade, como sempre houve na televisão e até mesmo no rádio, cujo conteúdo de informações, na maioria das vezes, ditava em forma de padronização as escolhas do povo brasileiro, não só no aspecto político-eleitoral, como também em tantos outros.

Com a popularidade cada vez maior das redes sociais, o povo brasileiro passou a ter a oportunidade de tomar ciência de outras verdades. A televisão e o rádio agora são desmentidos praticamente em tempo real pelos mesmos segmentos que, durante muitos anos, se viam obrigados a engolir uma única verdade e sem a chance de questionarem-na.

As redes sociais tiveram um papel importantíssimo na eleição presidencial deste ano, pois se configuraram no instrumento mais barato e eficaz na vitória do candidato que melhor soube usá-las.

Bolsonaro, como nenhum outro homem público, usou muito bem todas as redes sociais disponíveis. E olha que não foi somente a partir do registro de sua candidatura. 

O Mito, carinhosamente chamado por seus eleitores, começou a usar as redes sociais com maior frequência quando começou a viajar por todo o País, conhecendo os problemas de cada região pela qual passava, registrando e publicando em vídeo as recepções que recebia do povo eufórico com seus discursos inflamados e, geralmente, revestidos de elevado resgate de patriotismo e compromisso de combater a corrupção. 

Depois de tão forte influência das redes sociais nas eleições de 2018, nunca mais o povo brasileiro se deixará levar por quaisquer informações, independentemente dos instrumentos de que dispuser.