Atentado em escola de Suzano e os jogos virtuais violentos

Imagem ilustrativa.

EDILSON ROCHA | No dia 13 de março de 2019, o mundo repercutiu uma tragédia planejada por 2 ex-alunos de uma escola pública do Município de Suzano, no Estado de São Paulo, a qual invadiram e mataram, com pistolas, arco e flecha e machadinhas, 5 estudantes, 2 funcionárias da unidade de ensino, o proprietário de uma loja próxima ao local e, registrando-se que, em seguida, um dos dois terroristas, Guilherme Taucci Monteiro, de 17, matou seu companheiro, Luiz Henrique de Castro, 25 anos, e suicidou, causando um total de 10 mortos. Outras vítimas, em número superior a 10, foram levadas para hospitais da região.

A polícia, logo após a tragédia, declarou que as vítimas sofreram um atentado doméstico, ou seja, um atentado em que um grupo ataca o seu próprio povo. Além disso, declarou que pretende descobrir se, por trás desse atentado, houve a participação de uma organização criminosa, até porque os dois jovens, segundo apurou, haviam planejado os crimes por mais de um ano, frequentando lan houses, onde, possivelmente teriam treinado as estratégias para invadir a escola e efetuar a matança.

Existem, a bem da verdade, muitas controvérsias quanto à motivação do atentado. Por outro lado, não há como não suspeitar de que os terroristas Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro terem sido influenciados por jogos violentos de videogame. Neste contexto, registre-se que seus “treinamentos” em lan houses e os crimes que cometeram levantam a discussão no Brasil sobre a necessidade de se proibir ou criar regras para o acesso das pessoas, sobretudo jovens, a jogos virtuais cujos resultados magníficos a quem os pratica só são os dos momentos que ensejam a “morte” – muito violenta, diga-se de passagem – dos adversários.

Evidentemente, qualquer afirmação neste momento, quando as investigações estão apenas em sua fase inicial, é enormemente precoce. Todavia, na dúvida, considerando as primeiras suspeitas da motivação do atentado, permito-me declarar minha contrariedade total à continuidade da prática de jogos violentos de vídeo game no Brasil. A meu ver, esse tipo de jogos deveria ser proibido no Brasil e os pais, ao darem de presentes celulares aos seus filhos, notadamente menores, poderiam, perfeitamente, começar a monitorá-los de tal forma a impedir a instalação de quaisquer aplicativos que estimulem a violência, até porque da violência virtual para a violência real a distância já não é tão grande como antigamente.