Ativistas ambientais de Uibaí arborizam bairro e reforçam plantios no Morro Branco, neste domingo

Foto: UMBU.

O Território de Irecê aparece nas imagens de satélite, com um cenário de grande estrago na sua vegetação natural, fruto dos usos de equipamentos adotados nas práticas agrícolas com técnicas bastante impactantes, ao longo dos últimos 70 anos.

São mais de 500 mil hectares desmatados para as práticas adotadas neste período, estimulados pelo Governo Federal, especialmente entre as décadas de 60 e 90. De acordo com diversos estudos, dentre eles da Universidade Estadual de Feira de Santana, acolhidos pela Organização das Nações Unidas, este território se encontra no “mapa da desertificação”.

SINAIS DE MUDANÇAS 

O desmatamento e uso abusivo de recursos hídricos ainda ocorrem, mas cresce a consciência de empreendedores rurais comprometidos com processos produtivos que projetam o recaatingamento, consorciado com atividades agrícolas de base agroecológica, como é o caso de um núcleo de agricultores familiares no Distrito de Angical, em Irecê, incentivados pela Coordenação do Sistema Faeb/Senar, Secretaria de Meio Ambiente do município e Banco do Nordeste.

A própria secretaria municipal de Meio Ambiente já distribuiu mais de 300 mil mudas nos últimos dez anos. A Prefeitura de Presidente Dutra plantou e distribuiu mais de 100 mil mudas em 2019.

O Instituto de Permacultura em Terras Secas - Ipêterras, em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente/Inema, através de convênio via Ferfa-Fundo Estadual de Recursos para o Meio Ambiente, implantou 90 micro áreas de sistemas agroflorestais em Uibaí, Irecê, Jussara, São Gabriel, Lapão, Canarana e Ibititá.

RECAATINGAMENTO URBANO E RURAL NO PÉ DA SERRA

Em Uibaí, a UMBU – União Municipal em Benefício de Uibaí, vem desenvolvendo um audacioso trabalho de repovoamento de plantas nativas no território municipal. Destacam-se nas atividades, a restauração das áreas “Grota do Mané José” e “Baixão do Peixim”.

Mobilizados pelo ativista social, cultural e ambiental Edimário Machado, diversas famílias e brigadistas voluntários de combate a incêndios florestais, tiraram este domingo, 5, para arborizarem algumas comunidades urbanas e em seguida subiram a serra do Morro Branco, para plantio nas áreas que sofreram com as queimadas de 2018, cujo processo natural de recaatingamento está muito lento em razão da escassez de chuvas regulares e pássaros para disseminação de sementes.

Com a ativa participação dos brigadistas e acolhimento das famílias residentes, a UMBU plantou pela manhã, quase 100 espécies nativas e adaptadas na Av. Bernardete Alves de Lima, no bairro Pé de Balinha, na sede do município. No período da tarde, os brigadistas buscaram aquele gás e subiram o Morro Branco, onde plantaram juazeiros, jatobás e angicos.

“As mudas foram doadas pela UMBU, produzidas no Baixão do Pexim. Na cidade, plantamos aroeiras, angicos, flamboyants, ipês, sibipirunas, oitis, jatobás, tamburis e umbuzeiros, que vão transformar o velho Pé de Galinha na área com maior diversidade arbórea da cidade”, comemorou o ativista, salientando a grande importância da participação dos brigadistas na ação.