Bolsonaro diz que repasse de R$ 24 mil à Michelle é fruto de dívida

"Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso..."

Jornal GGN - Nesta sexta (7/12), Flávio Bolsonaro concedeu uma entrevista em frente à residência do pai, no Rio de Janeiro, para dizer que está "triste" e "incomodado" com a história de que o Coaf encontrou movimentações suspeitas nas contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, sargento da reserva e amigo da família há mais de uma década, que somaram ao menos R$ 1,2 milhão só em 2016.

O futuro senador disse que conversou com Fabrício e recebeu dele uma "explicação plausível" sobre a origem do dinheiro, mas não quis revelar à imprensa qual é a desculpa.

Em outra frente, o presidente eleito Jair Bolsonaro disse ao site O Antagonista que a esposa Michelle Bolsonaro recebeu R$ 24 mil da conta de Fabrício, em 2016, porque o ex-assessor tinha uma dívida pessoal com ele.

Segundo Bolsonaro, a dívida, no total, era de R$ 40 mil e se acumulou ao longo de anos. Fabrício, então, fez 10 depósitos de R$ 4 mil para Michelle, em retorno à alegada ajuda de Bolsonaro.

“Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção”, acrescentou.

De acordo com a Agência Brasil, Flávio Bolsonaro afirmou que Fabrício dará explicações ao Ministério Público Federal quando for convocado.

Da Agência Brasil

Flávio Bolsonaro diz que ex-assessor vai se explicar ao MPF

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse hoje (7/12) que seu ex-motorista e ex-assessor Fabrício José Carlos de Queiroz prestará esclarecimentos ao Ministério Público Federal sobre a movimentação atípica em suas contas bancárias de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Flávio informou já ter recebido explicações satisfatórias de Queiroz. 

“A versão que ele me coloca é bastante plausível”, afirmou o deputado estadual, acrescentando que Queiroz apresentará provas e explicações ao Ministério Público. “Até que se prove o contrário, eu confio nele”, disse Flávio Bolsonaro, lembrando que conhece o ex-assessor há mais de 10 anos. “Tenho toda a tranquilidade. O que me foi relatado é que não há nenhuma irregularidade.”

Flávio Bolsonaro concedeu entrevista coletiva em frente à casa do pai, em um condomínio, na Barra da Tijuca. Segundo ele, estava incomodado com a situação envolvendo seu ex-assessor.

Para o deputado estadual, eleito para o Senado, a conversa com o ex-assessor foi positiva e as explicações dadas por Queiroz foram suficientes. Flávio afirmou, entretando, que ele e o pai ficaram "surpresos" e "chateados" com o caso. Ele afirmou ainda que não tornaria públicas as explicações de seu ex-motorista a pedido dos advogados dele. 

"Não tenho nada para esconder de ninguém”, ressaltou. "O acusado é ele; não sou eu", destacou. “Ele me relatou uma história bastante plausível e me garantiu que não haveria nenhuma irregularidade. [Mas] quem tem que ser convencido é o Ministério Público. Assim que for convocado, ele vai esclarecer.”

Segundo informações publicadas pela imprensa esta semana, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) anexado à Operação Furna da Onça, que investigou a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), indicaria movimentação financeira atípica do ex-assessor.

Nesta sexta-feira, o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, levantou dúvidas sobre a isenção do Coaf e disse que há interesses em desestabilizar a gestão de Bolsonaro. 

"Setores estão tentando destruir a reputação do sr. Jair Messias Bolsonaro. No Brasil, a gente tem que saber separar o joio do trigo. Nesse governo é trigo. (...) Onde é que estava o Coaf no mensalão, no petrolão?", disse o ministro, que participou de um debate com empresários em São Paulo. 

O Ministério da Fazenda informou que o Coaf não irá se manifestar sobre a polêmica.