Cadê a biblioteca que estava aqui?

Foto: enviada por Layno Pedra.

No mês de abril, duas datas me fizeram lembrar da biblioteca pública de Xique-Xique: o dia nacional da biblioteca (09/04), e o dia mundial do livro (23/04).

A primeira vez que estive na Biblioteca Pública Municipal Dep. Adão Moreira Bastos, foi em 1997. Não me lembro se a inauguração aconteceu naquele mesmo ano, mas, de forma estranha, a lei de criação só foi publicada em 2002. No entanto, ainda em 1985 a Câmara de Vereadores havia publicado uma lei criando a Biblioteca Pública Demósthenes Silva. Mas, desta última, nunca tive mais informações. Talvez tenha sido apenas uma lei que não saiu do papel.

O principal motivo de ir à biblioteca de Xique-Xique era fazer os trabalhos escolares. Na época, eu e meus colegas não tínhamos acesso à internet e passávamos horas transcrevendo textos das enciclopédias para as folhas de papel pautado. A biblioteca estava instalada num espaço pequeno, possuía acervo limitado, mas dava orgulho poder dizer que Xique-Xique tinha uma biblioteca.

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Não sei dizer ao certo, mas já faz bastante tempo que não ouço falar da biblioteca de Xique-Xique. Antes mesmo da pandemia, o espaço já estava subutilizado. Virou depósito de livros. Será que entrou para a lista de espaços culturais que a cidade perdeu?

No Plano Plurianual (2018-2021) está prevista a ampliação da biblioteca e do seu acervo. No entanto, já estamos no último ano de vigência do PPA e não houve investimento algum na biblioteca. Apenas promessas.

Mas os tempos são outros e precisamos repensar o papel da biblioteca; afinal, não estamos mais na década de 90. Bibliotecas precisam ser lugares dinâmicos, atrativos e não apenas espaços para pesquisa e empréstimo de livros. Bibliotecas também são lugares para acesso à internet, contação de histórias, exposições, lançamento de livros, saraus, encontros literários, mostra de vídeos e apresentações teatrais.

Seríamos uma sociedade diferente se, com o mesmo entusiasmo que reivindicamos melhorias para uma estrada malconservada, exigíssemos também uma biblioteca pública ativa e cumprindo o papel de estimular a educação e a cultura.

“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de biblioteca” - Jorge Luiz Borges.

Layno Sampaio Pedra.