Campeonatos de “tapa na cara” viram "febre" no Nordeste do Brasil

Um dos ‘flagrantes’ da 2ª edição do campeonato de “tapa na cara”. ( Créditos | Cortesia : Acervo Pessoal Wagner Martins | Divulgação ).

ORIOSVALDO COSTA | Conhecido popularmente como “tapa na cara” aqui no Brasil, o esporte chamado de ‘tapa esportivo’ ou ‘slapping’ pelos gringos, experimenta um grande crescimento pelo mundo nos dias atuais.

Os campeonatos do gênero são realizados há muito tempo nos Estados Unidos, principalmente no Texas. No entanto, esses torneios nunca foram profissionais, mas amadores.

Pelo que consta, o primeiro campeonato profissional foi realizado em Moscou ( Rússia ) em maio de 2018. Já o primeiro campeonato mundial de ‘tapas esportivos’ foi realizado em 20 de março de 2019 na cidade siberiana de Krasnoyarsk ( também na Rússia).

Assim sendo, os russos são citados pela maioria como os criadores da modalidade, uma vez que a mesma se popularizado naquele país. Por outro lado, alguns poucos outros clamam que os criadores do esporte são, de fato, os americanos.

As competições da modalidade consistem em participantes que devem desferir os golpes, em rodadas alternadas, com a maior força possível no rosto e perde quem desistir.

Mas é preciso atentar para as regras : só pode bater com os dedos e as mãos, nada de usar o pulso. O tapa não pode pegar no ouvido, nos olhos ou na têmpora do rival.

Em abril do ano passado, o lutador de MMA Wagner da Conceição Martins, o ‘Zuluzinho’, participou de um desses concursos, em Moscou, cuja premiação era de 150 mil rublos russos ( cerca de R$ 10 mil ).

Famoso no mundo todo, principalmente no Japão e na Rússia, o filho do lendário ‘Rei Zulu’, encarou o lutador Vasily Kamotsky, conhecido como “o campeão dos tapas”.

Após uma sequência de golpes duros, os dois atletas decidiram dividir o prêmio. Desta maneira, o duelo terminou empatado e cada um voltou para casa com 75 mil rublos russos ( R$ 5 mil aproximadamente ). A competição foi mostrada pelo programa Esporte Espetacular da Rede Globo.

De volta ao Brasil, Zuluzinho - que é natural do Maranhão - promoveu o 1° campeonato de “tapa na cara”, em São Luís, capital do estado, em 5 de dezembro. A competição - que contou com o apoio do vereador Astro de Ogum - foi um sucesso de público e crítica.

Na sequência, foi a vez de Imperatriz, a segunda cidade mais populosa do estado do Maranhão, sediar a 2ª edição do campeonato de “tapa na cara”, em 30 de janeiro.  A competição, que teve lugar no Imperial Shopping, mais uma vez foi um sucesso.

Um dos grandes campeões dessa etapa - que teve o patrocínio da Black Skull, entre outros - foi o lutador “gafanhoto mão de pedra”.

Agora, Zuluzinho - que tem um registro no Sherdog de 22 lutas, sendo 12 vitórias, nove derrotas e uma luta ‘no contest’ ( ou seja, “sem resultado” ) - fará o seu retorno como profissional de MMA no Fight Nights Global, na Rússia.

Contudo, ele promete que ainda realizará a 3ª edição do campeonato de “tapa na cara”, novamente no Maranhão, até o final deste ano.
Mas será que diante de tanto investimento nas competições, a modalidade finalmente irá ‘pegar’ aqui no Brasil?