ChatGPT e Bard e o impacto nas gerações futuras

Imagem ilustrativa.

Graciela Pelegrini | Quando temos alguma dúvida, quase sempre recorrermos ao Google em busca de uma solução, certo? E se eu te contar, que ficar procurando entre as páginas que o Google lista com possíveis respostas, é coisa do passado? Pois bem, nas últimas semanas, o cenário de pesquisas na internet mudou completamente.

A OpenAI revolucionou o segmento ao apresentar o ChatGPT, uma plataforma que utiliza a inteligência artificial e, com base em tudo o que está disponível na internet, faz uma "curadoria" e entrega uma resposta pronta, como se fosse um bate papo com outra pessoa. O interessante é que a pessoa do outro lado é a IA - Inteligência Artificial. Por ser muito inovadora e recente, a plataforma apresentou algumas limitações, como o fato de só responder coisas que aconteceram antes de 2021. Mas, certamente, inúmeras soluções para esse e outros problemas da plataforma já foram apresentadas.

Com receio de perder mercado para o ChatGPT, o Google, que já estava desenvolvendo sua plataforma de buscas baseada em Inteligência Artificial, adiantou o lançamento do Bard que, de modo muito simplificado, é o ChatGPT do Google. O lançamento não foi dos melhores, uma vez que nos primeiros testes públicos inúmeras foram as falhas apresentadas.

Ambas as plataformas de "conversas" apresentam respostas extremamente convincentes, porém, como as respostas são geradas com base no que está disponível na internet, algumas respostas podem conter erros ou serem inverídicas. O que não desabona a tecnologia lançada.

O fato é que estamos empolgados e ansiosos para desfrutar dessa novidade. E, muito mais do que facilitar nossas vidas, essas ferramentas vêm para mudar hábitos da nossa geração e das gerações futuras.

Sou de uma época que deslocávamos de casa até uma biblioteca para pesquisar na Barsa e encontrarmos respostas às nossas dúvidas. Para que os mais jovens entendam, a Barsa era uma espécie de "Google impresso". Hoje, pensar nessa dificuldade toda parece algo demasiadamente arcaico, já que está na palma da nossa mão a solução. É só digitar no seu smartphone que imediatamente se obtém inúmeras páginas da web com respostas.

Mas, com a chegada dos chats de pesquisas através da IA, em um futuro muito próximo será arcaico falar que uma vez tínhamos que buscar no Google e analisar página por página, uma resposta para nossas dúvidas.

Como consequência de tudo isso, essa mudança de hábitos reflete em gerações cada vez mais imediatistas e menos criativas. Quando a IA entende nosso padrão de perguntas e respostas, nos dá soluções cada vez mais direcionadas. O algoritmo entende os gostos e o que agrada ao usuário e lhe direciona respostas sempre dentro desse mesmo padrão.

Para findar, devo esclarecer que este artigo não tem como objetivo criticar o ChatGPT, nem o Bard, mas sim, fazer com que façamos uma reflexão sobre como as inovações podem criar verdadeiros abismos entre diferentes gerações.