É apenas uma fila

Imagem ilustrativa.

MÔNICA BASTOS | Outro dia eu fui a um evento em uma determinada Igreja. O evento havia sido marcado para às 16:00h, mas com o objetivo de não pegar uma grande fila, cheguei com uma hora e meia de antecedência. 

Ao chegar ao local, a fila do lado de fora não estava grande, mas tínhamos que esperar até o horário marcado para poder entrar. Na minha frente tinha um grupo de três mulheres, que conversavam entre si. Quando os portões estavam prestes a serem abertos, uma quarta mulher se juntou a elas, ignorando a minha presença. Depois de algum tempo, ela deu uma saída, e uma das mulheres comentou com as outras: “essa daí é fulana, é uma mulher espiritualizada, vocês precisam ver como o Instagram dela é edificante”.

Incomodada, retruquei baixinho: “uma mulher espiritualizada saberia que furar uma fila é um péssimo hábito”. 

Fiquei indignada, porque, embora a gente se depare com situações semelhantes em bancos, caixas de supermercado, na igreja é um lugar que você espera que as pessoas se comportem com ordem e decência. Mas tudo bem, não seria interessante dar uma lição de moral nas irmãs “espiritualizadas”. Contudo, as coisas não pararam por aí, uma das mulheres pegou o telefone e tentou fazer uma ligação, ao que parece a pessoa do outro lado da linha não atendeu. Então ela disse: “fulana não atendeu, se demorar vai ter que pegar a fila inteira”. Isso porque, nesse momento, a fila já estava gigantesca.

Ao ouvir isso, não preciso nem dizer o meu grau de irritação, e entendi, que talvez minha paciência estivesse sendo testada.  Para completar, outra moça apareceu, e quando ela se aproximou para entrar na fila, não me aguentei e a alertei: querida, estou aqui atrás, já basta uma ter furado a fila, duas não vou aceitar. Sem graça, ela disse que estava ali apenas para cumprimentar as amigas, o que não era verdade, porque o espaço na fila já havia sido aberto para ela entrar. 

Nós precisamos ficar atentos aos nossos comportamentos, porque eles dizem muito sobre nós.

Furar a fila pode parecer algo simples, mas pode revelar o caráter de uma pessoa. Uma pessoa que fura uma fila transmite a ideia de ser uma pessoa mal-educada, egocêntrica, arrogante, insensata, desonesta, prepotente e desleal.

É importante ter cuidado com aquilo que estamos transmitindo através dos nossos comportamentos. 

Essa experiência me fez lembrar de um provérbio japonês que diz: “A gente tropeça nas pedras pequenas, porque as grandes, a gente logo enxerga”.

O que tem te feito tropeçar?

Cuidado com as pequenas pedras, elas podem te fazer cair.