Fiocruz vai comprar vacina de Oxford de fabricante da Índia para garantir imunização no Brasil

Foto sem data divulgada em 23 de novembro mostra frasco da vacina da Universidade de Oxford contra a Covid-19. — Foto: John Cairns / University of Oxford / AFP.

Fundação reafirmou que a previsão para o pedido de registro da vacina é 15 de janeiro. Primeiro lote com 1 milhão de doses deve ser entregue entre 8 e 12 de fevereiro

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou neste domingo (3) que irá comprar vacinas do Instituto Serum, da Índia, para garantir a vacinação no Brasil. Serão adquiridas doses do imunizantes com a tecnologia produzida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford.

A fundação reafirmou que a previsão para o pedido de registro da vacina é 15 de janeiro. Os primeiros lotes com os insumos para a produção das doses também devem chegar ao país neste mês. Neste sábado (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia aprovado a importação de 2 milhões doses da vacina a pedido da Fiocruz.

"O nosso registro já está sendo submetido com a perspectiva de entrega final de documentos até a data de meados de janeiro, de 15 de janeiro", disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, em 30 de dezembro.

A previsão é que o primeiro lote com 1 milhão de doses seja entregue entre 8 e 12 de fevereiro.

A vacina de Oxford, desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, tem eficácia que variou entre 62% e 90% a depender da dosagem aplicada, segundo estudo publicado no início de dezembro na revista científica "Lancet".

Dentre as principais vantagens desta vacina na comparação com outros imunizantes está o fato de ela ser mais barata e mais fácil de armazenar, o que também facilita a sua distribuição. Diferente da vacina Pfizer/BioNTech, por exemplo, ela não precisa ficar guardada a -70°C e pode ser mantida em temperaturas normais de refrigeração, de 2ºC a 8ºC.

Veja nota completa da Fiocruz:

"Desde o início da pandemia, a Fiocruz vem promovendo esforços para salvar vidas e contribuir para a vacinação, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, o mais breve possível. A busca por doses prontas da vacina contra a Covid-19 sempre esteve na pauta das tratativas com a farmacêutica Astrazeneca. Em reunião realizada recentemente com o Ministério da Saúde e a Fiocruz, a Astrazeneca apresentou o cenário atual e a viabilidade de entregar ao governo brasileiro doses prontas de modo a antecipar o início da vacinação e reduzir os graves problemas causados pela pandemia.

O registro da vacina no Reino Unido, no dia 30 de dezembro, além de países como Argentina e Índia, abriu caminho para a aprovação do pedido de importação excepcional de dois milhões de doses prontas feitos pela Fiocruz à Anvisa, e para o pedido de autorização para seu uso emergencial, que será formalizado, também à Anvisa, nesta semana.

A Fiocruz irá adquirir as vacinas prontas do Instituto Serum, da Índia, um dos centros de produção da vacina. A estratégia é contribuir com o início da vacinação ainda em janeiro com as doses importadas e, ao mesmo tempo, dar início à produção, de acordo com o cronograma já amplamente divulgado. O pedido de registro definitivo está mantido para 15 de janeiro e a chegada dos primeiros lotes do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) está prevista para janeiro.

Até julho de 2021, a instituição entregará 110, 4 milhões de doses ao PNI, sendo a primeira entrega, de um milhão de doses, na semana de 8 a 12 de fevereiro. Com a incorporação da tecnologia concluída, a Fiocruz terá a capacidade de produzir mais 110 milhões ao longo do segundo semestre de 2021. Dessa forma, a Fiocruz reafirma seu compromisso com a saúde pública e com o Sistema Único de Saúde (SUS)."

G1