Guarda Responsável, você sabe o que é?

Imagem ilustrativa.

Os animais possuem direito de ir e vir, sabia disso?

A resposta mais simples que nos vem à mente é a de ter a “posse” de um ou mais animais. Mas, você sabia que não é qualquer tipo de adoção e criação que se enquadram no termo de Guarda Responsável? Vamos ajudar vocês a entender melhor.

O tutor de um animal deve ser aquele que se preocupa com as necessidades ambientais, físicas e psicológicas do animal, garantindo o bem-estar dele. Além disso, evita que ele provoque acidentes e doenças, ou cause quaisquer danos à sociedade e ao ambiente. Dessa forma, vale lembrar que da mesma forma que nós, seres humanos, os animais sentem fome, frio, dor, sede, tristeza, medo e adoecem. Para garantir uma vida boa ao seu animal, o tutor deve suprir as necessidades básicas individuais de cada espécie. E sim, a Guarda Responsável enquadra tanto animais de companhia como os cães e gatos, assim como animais de produção (bovinos, equinos, suínos, cabras e ovelhas) e silvestres que, por ventura, venham a ser criados (aves, coelhos. Então, devemos avaliar e garantir que os aspetos fisiológicos e comportamentais individuais de cada espécie vão ser atentados e devidamente respeitados.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) estabelece o conceito de ‘cinco liberdades’ que devem ser cumpridas para alcançar um estado de bem-estar para o animal e garantir a Guarda Responsável. Você já ouviu falar? Bom, basicamente elas compreendem e se resumem a: (1) Ser livre de fome e de sede mantendo uma nutrição e dieta adequadas; (2) Ser livre de desconforto; (3) Ser livre de dor e de doenças; (4) Ser livre para expressar comportamentos naturais; (5) E, ser livre de medo e de estresse. Vamos entender um pouco mais de cada liberdade aí abaixo:

1. Ser livre de fome e de sede: o tutor deve fornecer uma alimentação satisfatória e de qualidade que mate a fome e forneça nutrientes necessários para manter sua vida saudável. Assim como a água, que deve possuir boa qualidade e ser fornecida à vontade e realizando a troca várias vezes ao dia; afinal, assim como nós não gostamos de água suja, eles também não gostam. Uma forma de avaliar se o animal está bem alimentado é observar se ele está muito magro, ou muito acima do peso, pois ambas as situações podem interferir negativamente na saúde do animal.

2. Ser livre de desconforto: o animal tem direito a local de descanso, aonde irão se sentir seguros. Esse local deve ser protegido contra o sol, frio e a chuva. Vale lembrar que para cada espécie, o ambiente muda, e assim como os cães e gatos, todos os outros também precisam desse conforto.

3. Ser livre de dor e de doenças: direito a saúde. Deve-se fazer sempre o possível para que o animal não adoeça ou se machuque. Deve-se sempre levar o animal ao médico veterinário para prevenir possíveis doenças e, quando estiver doente, recorrer a eles também. Lembrar que estes cuidados vão incluir vacinas anualmente, protocolos de vermifugação e controle de carrapatos, pulgas ou outros parasitos.

4. Ser livre para expressar seu comportamento natural: vai variar de acordo com a natureza do animal. Assim como nós humanos, os animais possuem suas particularidades para expressar seu comportamento, seja latir, miar, brincar, pular etc. Nenhum animal deve ser oprimido por realizar seu comportamento natural, e deve-se ter cuidado ao deixar o animal solto demais, pois animais com muito acesso a rua, favorece o acontecimento de acidentes.

5. Ser livre de medo e de estresse: Os animais possuem direito de ir e vir, sabia disso? Eles possuem sentimentos e, situações como maus tratos e abandono, geram consequências que podem levar o animal a adoecer.

Agora que conhecemos este conceito, que tal praticarmos e nos lembrarmos mais da Guarda Responsável quando adotamos um bichinho e incluímos ele em nossa família?

TEXTO: Maria Virginia Camandaroba de Carvalho - Estudante de Medicina Veterinária na Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB); João Victor Oliveira Vieira dos Santos - Estudante de Medicina Veterinária na Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB); Jéssica Fontes Veloso Professora de Medicina Veterinária na Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).