Luto na Pandemia

Imagem ilustrativa.

THAÍSE ROCHA | As mortes causadas pelo novo coronavírus (COVI-19), trazem algumas características particulares. Assim como em outros contextos de crise, acabam por interferir no luto das pessoas envolvidas. As mortes nesse contexto pandêmico, podem ocorrer de maneira mais abrupta e frequente do que estamos acostumados, além de demandar rituais diferentes do que é comum da nossa sociedade.

O isolamento, a presença junto ao paciente infectado, e até mesmo os ritos de despedida - ações integrantes do processo de luto dos entes queridos - não podem ser realizados como de costume. Deste modo, o processo de luto se dá de forma mais intensa e duradoura do que o esperado pelas pessoas enlutadas, por não conseguirem processar a situação, nem se despedir de forma que lhe permita ter um senso de realidade e concretude.

Passar pelo processo de ‘enlutamento’ não significa que a pessoa irá esquecer aquela que partiu, e sim, que aprendeu a viver apesar da perda. Sentir a ausência daquele que se foi, sentir saudade, são sentimentos que continuarão existindo, porém, a pessoa enlutada aprende a conviver com essa perda, retomando sua própria vida.

Cada um vivencia o processo do luto de uma forma. É importante respeitarmos o tempo de cada um. Respeito o ‘meu momento’ e o ‘momento do outro’. Acolher é a melhor maneira de passar por esse processo.