Muralha da China: simplesmente inacreditável

Imagens: Gaby Mandarim.

GABRIELA GODOY | Quando resolvi realizar meu sonho de conhecer a China, tinha em mente vários destinos. A Cidade Proibida em Pequim, os prédios famosos e supergigantes de Shangai, a ilha de Hong Kong. Claro que eu sabia que iria até a Muralha da China, em Pequim. Mas como sempre via fotos e vídeos, não tinha tanta curiosidade assim e nem tanta ansiedade como para ir aos demais destinos. Acabei contratando um passeio para ir a um ponto mais distante da Muralha, na intenção de ter menos gente no local. O transporte foi feito por duas horas de van. Ao chegar, começaram as surpresas.

Gaby, visitando a Muralha da China.

É preciso olhar muito pra cima para tentar ver. Eu realmente nunca havia pensado sobre isso. Que homens subiram, andaram, subiram mais, caminharam mais, até um topo de uma montanha para construir um muro. Isso, no ano de 220 antes de Cristo. Um muro que nem inimigos a cavalo poderiam saltar ou alcançar os 8 metros de altura.

Peguei o teleférico numa alegria tremenda. A subida é íngreme e fantástica. Ao desembarcar, é permitido andar por uma hora para a direita (mais íngreme) ou para a esquerda (caminho mais “de boa”). Resolvi ir para direita. Era cada degrau enorme. A vista era de enlouquecer. Ao olhar ao longe, a muralha sumia ao horizonte. E o pensamento ia junto, imaginando como uma construção dessa magnitude foi construída. São mais de 21 mil km. Como imaginar isso? Uma distância como essa? O Brasil, de norte a sul, tem 4.394 km de extensão. São 5 vezes indo e voltando.

Depois de pisar naquelas pedras, olhar pelas janelas dos abrigos dos soldados, posar para fotos e admirar boquiaberta, lembrei que a duração do passeio, de uma hora, considerava ida e volta. Olhei no relógio do celular. Apressei o passo e cheguei ao local onde havia desembarcado anteriormente. Mas, para ficar ainda melhor, descobri que eu podia descer numa espécie de carrinho de rolimã, numa pista, claro. Mas a velocidade era controlada 100% por mim. Sem saberem o perigo que corriam ao me deixarem ir, embarquei numa aventura louca. Eu filmava, ria, gritava pro povo do teleférico e era advertida a cada curva por um chinês com uma bandeira vermelha. Era só sorriso. Adrenalina pura pela oportunidade.

Gaby aventureira.

Amei. Me apaixonei pela Muralha. Não acreditei no que vi. Ter ido a essa maravilha do nosso mundo, encheu e ainda enche meu coração de sentimentos de incredulidade e fé. É entender sobre poder, sobre a vida, sobre a guerra, sobre a China.