O que é o Drex e o que você precisa saber sobre a futura moeda digital do Brasil

Imagem: Banco Central.

Em teoria, os brasileiros deixarão de usar dinheiro em papel e continuarão fazendo transações virtuais, como fazem com o Pix

GRACIELA PELEGRININos últimos dias, o mercado financeiro se agitou após o anúncio do Banco Central do Brasil sobre a nova moeda digital nacional. Anteriormente chamada de "Real Digital", ela agora é conhecida como "Drex". Em um sentido literal da palavra, a letra "D" representa o Digital, a letra "R" representa o Real, a letra "E" representa uma plataforma Eletrônica e, por fim, o "X" representa a modernidade das transações.

Ao contrário de outras criptomoedas como o Bitcoin, por exemplo, o Drex funcionará como uma representação virtual das notas emitidas e será regulamentado, controlado e emitido pelo Banco Central. Sua cotação será a mesma do real atualmente, e a distribuição para o público será intermediada pelos bancos. Tudo isso visa garantir maior segurança jurídica e mais privacidade no compartilhamento de dados pessoais, graças à tecnologia Distributed Ledger Technology (DLT), que utiliza o Blockchain.

Através do controle via Blockchain, especialistas afirmam que será possível "fiscalizar" como o Drex será utilizado. Por exemplo, um pagamento via Drex realizado pelo governo federal para um programa social, como o vale gás, somente poderá ser gasto para a compra de gás. Isso ocorre porque quem recebe o benefício só pode "transferir" esses Drex para um CNPJ que vende gás. Essa é uma forma de o governo monitorar esses pagamentos. Mas como o governo terá essa informação? Esse é o diferencial da plataforma do Drex.

Outra dúvida que surge é a diferença entre Drex e Pix. Embora ambos sejam considerados “primos”, já que o Pix permite transações instantâneas entre instituições financeiras diferentes, o Drex funcionará de maneira distinta, via DLT (blockchain), e tem um conceito mais amplo. A grande diferença é o controle que poderá ser realizado no Drex devido à plataforma dedicada que o acompanha.

Em teoria, os brasileiros deixarão de usar dinheiro em papel e continuarão fazendo transações virtuais, como fazem com o Pix. No entanto, com a chegada do Drex em 2024, haverá uma rastreabilidade dessas transferências. Se isso será positivo ou negativo, somente o tempo poderá nos dizer. Pessoalmente, acredito que isso poderá contribuir significativamente para reduzir fraudes, mas apenas o tempo esclarecerá essa questão.