Precisamos falar da Vida Offline, fora das redes sociais

Imagem retirada da internet.

(...) Nunca estivemos tão conectados mas, em contrapartida, nunca nos sentimos tão sozinhos, frustrados e depressivos

GRACIELA PELEGRINI | Hoje o artigo é um pouco diferente, não vou falar de inovação, tampouco das últimas tendências tecnológicas; vou falar sobre pessoas, sobre pessoas de verdade, como eu e você. E começo fazendo uma pergunta, a qual já imagino a resposta. Você já teve a sensação de que a vida de todo mundo do Instagram, Facebook ou Tiktok é maravilhosa? Eu não sei você, mas muitas vezes me questiono se apenas a minha vida é recheada de boletos, incertezas, inseguranças e de ansiedade.

Não é de hoje que o celular é uma espécie de membro auxiliar do nosso corpo, um órgão ao qual somos dependentes e acessamos a todo momento. O problema é que, muitas das vezes, ao acessá-lo, nos questionamos: por que só a nossa vida “real” que é repleta de desafios, sem glamour, sem incansáveis viagens paradisíacas? Se só na nossa vida não existe tempo encaixar uma atividade física, um curso novo, um horário para meditação, yoga; se só nós não conseguimos marcar um jogar beach tênis, além de trabalhar e, claro, comer de forma saudável.

Pois bem, nossa vida (pelo menos a minha), continua parecendo a única que não deu muito certo quando resolvemos deixar de lado o perfil das influenciadoras e partimos para aqueles que, em regra, iriam nos agregar algo, como por exemplo, perfis de empreendedorismo, ensino ou algo assim. Nesse caso, a frustração só muda de endereço. Notícias como “garota larga faculdade e fatura milhões vendendo brigadeiro”, ou “jovem de 16 anos cria empresa milionária”, nos geram (falo por mim, mas deixo de forma coletiva, pois acredito que você também compartilha desse sentimento) uma sentença de incompetência absurda.

Pois é, nunca estivemos tão conectados mas, em contrapartida, nunca nos sentimos tão sozinhos, frustrados e depressivos.

A realidade é uma só, e cada um mostra o que tem de melhor, cada um tenta motivar mostrando o lado bom e, talvez, esse seja o problema. Vida real é aquela que acontece offline, é aquela que não postamos, aquela discussão do casal perfeito que não foi parar nos stories, o fracasso da loja do cidadão comum que não ganhou o feed do perfil com 1 milhão de seguidores.

Talvez, a grande pandemia que estamos enfrentando, seja sobre isso. Sobre entender que aquele comercial de margarina não passa de uma encenação. E aquele perfil que mostra “vida real”, não passa de uma seleção dos melhores momentos. E se vale um conselho que funciona para mim é: vez ou outra, faça um detox das redes sociais, tire um tempo só para você; e não, eu não estou falando de meditar, correr 5km ou ler um livro, estou falando de um tempo só seu, um tempo para você escolher o que realmente quer fazer, seja dormir, chorar, comer porcaria ou simplesmente não fazer nada.