Racismo, homofobia e feminicídio no Brasil

Imagem ilustrativa.

EDILSON ROCHA | Negros denunciam ser vítimas de racismo; gays, de homofobia; mulheres de feminicídio. E assim, estas categorias, entre outras, protagonizam grande parte das notícias que, diariamente, são veiculadas à exaustão em todo o Brasil pelos meios de comunicação, notadamente após o reforço inquestionável da internet com seus sites, blogs e redes sociais.

Antes do surgimento da rede mundial de computadores, notícias desta estirpe não eram tão comuns. Os programas de emissoras de tv e rádio que trabalhavam mais com notícias de cunho policial e eram adeptos ao sensacionalismo faziam verdadeiros barulhos com o tudo o que ocorria no chamado mundo cão, habitado por tragédias das mais diversas formas, como homicídios, suicídios, estupros, etc.

Os temas como racismo, homofobia, feminicídio, que eram pouco falados e, para muitos telespectadores e ouvintes, praticamente desconhecidos, começaram a ganhar maior destaque a partir do surgimento das redes sociais – o espaço mais democrático da comunicação mundial –, tornando-se, muitas vezes, protagonistas do noticiário em geral, sobretudo em períodos de campanha eleitoral.

Tais assuntos passaram a ser usados politicamente. De um lado, com viés à esquerda, as pessoas que se declaram vítimas de racismo, homofobia, feminicídio; e do outro, com viés à direita, pessoas que entendem que “vítimas” é um termo substituível pelo termo “vitimismo”, sob a alegação de que elas, ou seja, as “vítimas”, em boa parte, têm se vitimizado ao extremo, fazendo disso um instrumento de ativismo político e, consequentemente, de estímulo à separação das pessoas pela raça, pela orientação sexual, enfim.

Impossível questionar que no Brasil existem, sim, as vítimas que a esquerda gosta de repercutir ao máximo nas mídias, principalmente nas redes sociais, tanto que, em consequência dessa repercussão, várias instituições foram criadas para tratar e cuidar da proteção de tais temas, inclusive com aprovação de leis e implantação de delegacias especializadas. Por outro lado, a população teve que mudar seus hábitos para evitar, por causa da lei e do “vitimismo” denunciado pelos segmentos políticos à direita, incorrer em crimes de racismo, homofobia, feminicídio, entre outros.

Se antes, no Brasil, era considerado normal chamar um negro de neguinho ou um homossexual de viado ou de bicha, hoje quem assim o chamar poderá ser denunciado, responder a processo, ser condenado e até preso. Coitado de mim, se amigos meus como o professor Gustavo Preto e o ex-vereador Neguinho de Cota passassem a processar a mim e outros amigos deles por crime de racismo. O fórum de Xique-Xique não comportaria tantos volumes de processos.