Será que vale a pena?

Imagem ilustrativa.

MÔNICA BASTOS | Em oito de janeiro de 2023, o mundo foi surpreendido pelo ataque a Brasília. De antemão, vamos deixar claro que este artigo não tem conotação política, até porque, cada indivíduo é livre para tirar as próprias conclusões acerca do ocorrido. No entanto, não podemos deixar de reconhecer que o referido acontecimento nos convida a refletir sobre o comportamento humano e a maneira pela qual as crenças, cultura, valores éticos e morais do indivíduo são refletidos através das suas condutas. 

É perceptível que vivemos em uma sociedade que inverte valores. As pessoas, além de estarem perdendo a noção do certo e do errado, acreditam que “boa causa” é um motivo válido para infringir a lei. Desde quando há um motivo que legitime a destruição de patrimônio público? Desde quando se apropriar indevidamente de bens públicos é legal? 

Ao assistir aquelas imagens, é possível notar o orgulho de muitos em participar de tal 'evento'. A publicação dos feitos nas redes sociais, evidencia a 'inocência' da grande maioria. Ao mostrar suas faces, parecem acreditar não estarem fazendo nada de errado. Sequer calcularam as consequências. Inúmeros idosos, pais de família, foram presos sem ao menos ter noção dos crimes que cometeram e que, como isso, acarretarão sérios prejuízos às suas vidas e famílias.

É certo que a justiça busca punir além dos participantes, os autores intelectuais dos atos. Independentemente de quem tenha orquestrado tal proeza, é sabido que os participantes eram adultos, e lá estiveram por livre e espontânea vontade. Não importa a motivação, quem ou o que os levaram a praticar tal ato, eles serão os maiores prejudicados, até porque, como dizem por aí: “a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco”. 

Fico a imaginar, se essas pessoas em algum momento de suas vidas, lutaram com tanto apreço por si mesmas, pelos seus casamentos, filhos, famílias e sonhos.

Esse episódio me ensinou a ter cuidado com as influências, ou seja: com as pessoas que moldam os nossos comportamentos, até porque, no final, quem acaba pagando a conta somos nós. 

Antes de tomar qualquer decisão brusca, pergunte-se: por que e por quem estou fazendo isso? O que eu ganho ou perco com tal comportamento? Será que vale a pena?

Não deixe para descobrir as respostas no final; provavelmente, nesse momento, será tarde para evitar os estragos.