A derrocada intelectual dos que seguram o giz
Imagem ilustrativa.
INALDO BRITO | Uma das satisfações em se estudar a história política e econômica dos países é poder adquirir subsídios para não cometer os mesmos erros que uns insistiram em cometer, assim como aprender com aqueles que acertaram em suas escolhas e atitudes. Contudo, a mera análise torna-se refém do relativismo nas mentes de ideólogos, que estão mais interessados em fazer vistas grossas ao fracasso dos métodos e sistemas que eles defendem do que avaliá-los com a neutralidade necessária que o assunto demanda.
Escolas e universidades estão recheadas de figuras desse tipo. Professores mais preocupados em repassar suas concepções ou visões de mundo aos seus alunos do que expor a eles de forma isenta os dois lados da moeda. Nada impede de professores terem suas preferências políticas, afinal eles são humanos. Se possuem convicções de direita ou de esquerda, não importa, contanto que elas fiquem do lado de fora da sala de aula. Contudo, sabemos que a educação brasileira nos últimos trinta ou quarenta anos teve forte influência de personagens que gozavam de interesse e vivência com algumas ideologias coletivistas, as quais são tachadas como o lado verdadeiro da equação social.
Hitler quando chegou ao poder na Alemanha teve grande apoio de alguns que compunham o corpo educacional à época, tanto professores quanto reitores. Um dos que o apoiaram foi Martin Heidegger, que chegou a ser reitor da Universidade de Friburgo, Alemanha. Heidegger filiou-se ao partido nazista e era conhecido por “perseguir” intelectualmente alunos judeus. Mesmo tendo se desfiliado do partido após vir à tona os horrores dos campos de concentração, o velho Heidegger, em conversas íntimas, ainda exaltava a abordagem nazista de sociedade.
Hoje, ainda há professores que não atentam honestamente para os fatos históricos da sociedade, mas preferem seguir defendendo suas ideologias, não importando se elas se mostraram um verdadeiro fracasso. Na verdade, para o professor nunca houve fracasso, apenas a ideologia é que não foi implementada pela pessoa certa, e assim, cada vez que surge um visionário que saiba como empregar bem as palavras corretas no coração certo, ele se torna o mais novo messias da causa pretendida. Seu carisma e influência são utilizados para cativar as massas que sonham com a utopia. É desse jeito que nasce um novo tirano, assim como se mantém a fé cega na ideologia.
Torna-se uma vergonha o fato de que aqueles que deveriam ensinar o pensamento crítico e racional sobre os mais variados assuntos, acabam sendo os que primeiro caem ao mais simples indício de ressurgimento da ideologia que idolatram. O problema é sempre visualizar as matérias apenas por um espectro. Heidegger, apesar de ter sucumbido à utopia nazista, conhecia a fundo ideologias que contrapunham à que ele exaltava. Hoje é diferente. Professores buscam se especializar em apenas uma visão dos fatos. Em meia hora de conversa com tais indivíduos, é possível notar a militância desavergonhada pelo partido ou político que eles simpatizam (para não dizer, que veneram).
A dialética tem sido abandonada nas escolas e universidades para dar lugar ao monólogo e ao pensamento monocrático. E assim, jovens se formam com apenas uma visão das ideias, sem nunca terem sido apresentados ou confrontados com reflexões divergentes, adentrando no mercado de trabalho supondo que tudo que falarem será recebido automaticamente de bom grado por seus interlocutores.
Em uma das poucas conversas que já tive com um professor militante, foi possível notar a sua ignorância escancarada sobre quão danoso é o comunismo. À medida que ele demonstrava sua ignorância (e simpatia) pelo comunismo, demonstrava também sua ignorância (e antipatia) pelo capitalismo. Na concepção dele, o capitalismo sim é que se mostra muito mais danoso para a sociedade, além de ser o verdadeiro agente da pobreza, enquanto que o comunismo visa justamente o contrário - que todos possam viver dignamente. O problema é que esse professor, tal como tantas pessoas, fez um espantalho do que de fato é o capitalismo. E passou a espancar esse espantalho, que se destoa por completo do que o sistema é, tanto na teoria quanto na prática.
A Revolução Industrial foi o pontapé para o avanço da sociedade como um todo, com suas invenções e maquinários que possibilitaram um crescimento econômico assombroso na Grã-Bretanha. Posteriormente, outras nações também colheram os frutos de tal Revolução, e passaram a utilizar e criar dispositivos que ajudassem diferentes países. O automóvel possibilitou percorrer grandes distâncias. Grandes máquinas possibilitaram que uma quantidade maior de produtos fosse fabricada. As indústrias têxtis, automobilística, de energia, alimentícia e bélica foram também beneficiadas com a Revolução Industrial, o que só foi possível porque havia capital investido no surgimento de tais setores.
Poucos sabem que Cuba era o paraíso das compras para muitos americanos antes da Revolução Cubana, liderada por Che Guevara e Fidel Castro. O capitalismo que antes movia aquele país deu lugar a um socialismo canceroso, que só se mostra rentável para os que estão no poder, tal como acontece com a Venezuela.
No capitalismo, só perde quem prefere reclamar e não faz nada. Steve Jobs, Bill Gates, Warren Buffet, Jeff Bezos são pessoas que souberam o que fazer com o pouco que tinham nas mãos, e isso graças ao sistema capitalista no país em que começaram.
Onde há capitalismo, há chances de crescimento econômico pessoal e coletivo, pois o altruísmo (e não o egoísmo) é o fator que propicia novos negócios. Quando o sentimento que opera é do que querer que o próximo seja feliz, sem ao mesmo tempo deixar de lucrar com aquilo, todos podem viver satisfeitos com as trocas que fazem. As nações com os melhores índices de liberdade e prosperidade econômica são capitalistas, e isso já deveria ser suficiente para que aquele professor revisse seus conceitos ignorantes acerca do capitalismo.
Em países que aderiram o comunismo como sistema – embora, o comunismo seja o último estágio do socialismo (isso na teoria) –, só houve fracasso econômico, perseguição ideológica e religiosa, prisões, ditadura e morte. Camboja, Coreia do Norte, China, todas conseguiram pôr em prática seus planos comunistas de escravizar a própria população a fim de atingir os objetivos nefastos da ideologia.
Muitos demonizam o nazismo, mas esquecem-se de que o comunismo matou talvez mais do que aquele, por fome, por perseguição religiosa, por traição, por inanição. O toque de Midas invertido do comunismo é que onde ele se instala, tudo vira desgraça, terror e morte. Enquanto que muitos não seriam coniventes hoje com um partido nazista, tomando como exemplo o que aconteceu no passado, esses mesmos acabam fazendo vistas grossas para partidos comunistas ainda em voga, inclusive no Brasil.
A China, conquanto vislumbre se tornar a maior potência mundial, ultrapassando os Estados Unidos, deu lugar a medidas de livre mercado (capitalistas) em sua economia. O problema é que o país deu lugar ao que dá certo sem, contudo, abandonar as mazelas comunistas que tanto deram errado. Ainda hoje, na China, há perseguição religiosa a cristãos, tendo em vista que o comunismo requer que o cidadão possua um único deus a ser adorado, e esse é o Partido Comunista. O investimento na criação de cidades do nada em território chinês, visando a urbanização e o desenvolvimento forçado daqueles locais, trouxe, na verdade, um boom de cidades fantasmas. Isso é o que dá querer apenas os resultados do capitalismo e não os meios corretos em utilizá-lo.
Não vemos pessoas que fugiram de países comunistas para países capitalistas terem se arrependido e querendo retornar para o país de origem. Pelo contrário, elas se sentem muito melhor, progridem e alcançam o sucesso que nunca teriam no país natal comunista/socialista. É só olhar para o número cada vez maior de cubanos que pedem asilo nos Estados Unidos. Em contrapartida, não vemos pessoas de países capitalistas fugindo para países comunistas/socialistas. Para o tal professor, isso também parece não ser suficiente para rever sua ignorância.
Para você que é aluno de um professor assim, o conselho que dou é que quando ouvir seu professor criticar tanto um sistema político/econômico, sem sequer dar exemplos concretos que ratifiquem essa crítica, que você procure conhecer mais aquele sistema, independentemente se seu professor é de esquerda ou direita, para que você não se torne como ele. E isso vale para qualquer assunto em que ele diga que “não vale a pena falar”, “é perda de tempo”, “isso não é importante” e expressões semelhantes. Quem quer esconder a verdade, no fundo, está se passando por mentiroso. E parece que essa tem sido a didática de alguns docentes no Brasil.
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