Bahia espera definição do Ministério da Saúde para incorporar vacina contra dengue na rede pública

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Apesar da cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul, começar a distribuir gratuitamente as primeiras doses da vacina contra a dengue (Qdenga), nesta quarta-feira (3), a Bahia ainda não sabe quando e como vai incorporar o imunizante na rede estadual de saúde. Mesmo o Ministério da Saúde anunciando que a vacina deve ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro deste ano (veja aqui), a rede estadual de saúde baiana ainda não tem previsão de adotar o imunizante. 

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, ao Bahia Notícias, que a pasta ainda não tem nenhuma informação sobre a vacina contra a doença. O órgão disse que ainda não é possível ter a vacinação em massa, por causa do quantitativo estabelecido pelo Ministério da Saúde. 

Já a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Salvador contou à reportagem do BN que implantará a imunização na cidade quando o Ministério da Saúde (MS) definir as estratégias de vacinação contra a dengue e iniciar a distribuição das doses. 

“A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Salvador aguarda definição da estratégia por parte do Ministério da Saúde (MS), assim como o recebimento das doses. Uma vez recebidas, o município implantará a imunização em seu território, atendendo aos critérios estabelecidos”, disse a pasta por meio de nota. 

O assunto chega após a Bahia registrar 47.753 casos prováveis de Dengue entre janeiro e o último dia 26 de dezembro. O estado obteve um incremento de 33% nos casos, já que em 2022 foram notificados 35.894 casos. 

ESTRATÉGIAS 

Segundo a sanitarista coordenadora de doenças transmitidas por vetores e outras Antropozoonoses (CODTV/DIVEP), Sandra Oliveira, a Bahia pode adotar a vacinação como uma alternativa a ser utilizada na estratégia de combate a doença. 

“A vacinação entraria como outra alternativa de prevenção frente a ocorrência de casas de dengue. Entretanto, a gente não pode esquecer de que as condutas preventivas não sejam fortalecidas e não sejam realizadas, já que nós também temos os outros agravos doenças como Chikungunya e Zika que necessitam de ter a mesma atenção para a dengue [...]”, revelou Oliveira. 

A sanitarista informou que espera outras informações e definições do Ministério da Saúde para que o imunizante seja incorporado na rede estadual de saúde. 

“A gente precisa primeiro saber o que o ministério vai adotar de fato. Pois a gente já sabe que foi divulgado que o imunizante já está inserido no calendário. Sabemos que vai ser feito essa aquisição e distribuição para os estados. Entretanto, aguardamos outras informações que venham nos favorecer até mesmo para saber quais pessoas serão vacinadas, o público-alvo, as idades, se será em massa, se não então a gente precisa ter maiores informações para que a gente possa de fato traçar o aqui o planejamento mais apropriado”, disse. 

“Então assim eu não posso dizer com precisão, como vai ser, pois a gente depende do que o ministério vai nos fornecer, do que o programa nacional de imunização passar maiores informações a respeito”, afirmou a especialista. 

Por enquanto a vacina não chegou gratuitamente na saúde do estado, a Sesab deve continuar praticando as ações de prevenção à doença em todos os municípios baianos. 

“Uma das estratégias que a gente sempre fomenta e vem sempre reiterando é ação de prevenção e controle, principalmente no controle vetorial. Agora em 2024 não será diferente, a gente estará reunindo todas as regionais de saúde e municípios para justamente fazermos capacitações inerentes a novas análises estatísticas que a gente vai implementar este ano”, comentou Sandra.