Bancários da Bahia consideram venda de ativos de bancos estatais "ameaça" e "estupidez"
Foto: reprodução/Contraf.
A iniciativa de vender ativos e abrir capital de bancos públicos, já mencionada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelos recém-empossados presidentes das instituições financeiras estatais, têm preocupado o Sindicato dos Bancários da Bahia, que avalia a medida como uma “ameaça” e “uma tremenda estupidez”. "Os bancos públicos estão bastante ameaçados neste governo, estamos bastante preocupados com as medidas que podem ser anunciadas”, alertou Augusto Vasconcelos, Presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia.
“[Privatizar ativos] É uma tremenda estupidez. Os bancos públicos geram lucros, são eficientes e cumprem a sua missão institucional”, defendeu Vasconcelos, em entrevista ao Bahia Notícias.
Os novos nomes no comando das instituições financeiras estatais brasileiras tomaram posse nesta segunda-feira (7): Rubem Novaes, no Banco Brasil, Joaquim Levy, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Pedro Guimarães na Caixa Econômica Federal. A cerimônia aconteceu no Palácio do Planalto e contou a presença do ministro Paulo Guedes e do vice-presidente da República Hamilton Mourão (veja aqui).
Durante o primeiro discurso como presidente do Banco do Brasil, Novaes disse considerar alguns ativos da instituição "desinvestimentos" e confirmou a venda de parte dos ativos do banco estatal, aqueles que não "guardarem sinergias" com a atividade principal do banco. Ele garantiu ainda que a administração não pretende vender as "joias da coroa" da instituição (leia aqui).
No entendimento de Vasconcelos, um alternativa ao déficit dos bancos públicos seria “uma pulverização de ativos das subsidiárias dessas empresas”. O presidente do sindicato considera que os bancos são fundamentais para o desenvolvimento do país. “Não existe país no mundo que se desenvolva sem participação decisiva de uma área de crédito importante ligada e controlada pelo estado”, argumentou.
O sindicato teme pelos funcionários e pela carga de trabalho em decorrência de mudanças na estrutura e organização das agências. “Não sabemos ao certo o que vai ocorrer com os bancos e com os funcionários. A verdade é que no governo [Michel] Temer já houve redução dos postos de trabalho e fechamento de agências e isso impactou diretamente no atendimento e na sobrecarga de trabalho, além do prejuízo à população”, ressaltou Vasconcelos.
O Bahia Notícias procurou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para saber sobre as mudanças previstas e como vão afetar os funcionários e a população. O BB não retornou o contato e a Caixa afirmou ser cedo para tratar do assunto, mas que “as novas diretrizes serão tratadas a partir do novo governo e do novo presidente".
A Federação Brasileira de Bancos considera precoce falar sobre possíveis impactos das mudanças nas presidências dos bancos públicos, tanto nas instituições quanto no setor bancário como um todo.
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