Brasileiros criam tecnologia para detectar câncer de próstata
Henrique Freitas, editado por Matheus Luque.
Além de ser mais eficiente, novo sistema poupa o paciente de transtornos clínicos e psicológicos e economiza gastos públicos com saúde
Pesquisadores de Minas Gerais desenvolveram um novo método para detectar o câncer de próstata, com eficácia de até 80% e resultado em apenas 24 horas. O grupo de cientistas é incentivado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e conta com a participação do pesquisador Luiz Ricardo Goulart Filho, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
A nova tecnologia, que já tem carta patente emitida, ajuda na prevenção e no tratamento da doença. Além da alta precisão de diagnóstico, Goulart Filho explica que o procedimento poupa o paciente clínica e psicologicamente e, ainda por cima, diminui os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) na detecção do tumor.
Como funciona?
Neste novo método de detecção, procura-se identificar células tumorais por meio de marcadores específicos da próstata, extraídos do RNA mensageiro - molécula responsável pela síntese de proteínas das células do corpo. O processo não precisa de cirurgia, sendo necessária a retirada de apenas 5 ml de sangue. "Retiramos o sangue periférico, separamos os leucócitos (glóbulos brancos) e extraímos o RNA. Posteriormente, colocamos em uma espécie de máquina para amplificar o DNA por marcadores específicos tumorais", explica o pesquisador.
Além de maior eficácia, o método detecta o câncer no estágio inicial, o que aumenta a possibilidade de cura. De acordo com Goulart Filho, o tradicional exame de toque "só possui 20% de sensibilidade e o urologista só consegue perceber quando a doença já está em estágio avançado".
Também segundo o pesquisador, os métodos convencionais utilizados atualmente têm eficácia entre 35% e 40% e geram desgaste desnecessário ao paciente. "Como consequência, temos um número expressivo de biópsias desnecessárias, o que chega a 65% dos casos", explica.
Câncer de mama
O grupo ainda desenvolveu sistemas alternativos para a triagem de mulheres com suspeita de câncer de mama. O método possui 90% de precisão e indica quais mulheres devem seguir com a realização de mais procedimentos, como mamografia e biópsias.
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