Cição: Heroísmo Silencioso

Cicão - Gentio do Ouro.

MÔNICA BASTOS | Recentemente, assistimos a uma lamentável onda de ataques à esfera pessoal do candidato Cícero, com foco principalmente em seu relacionamento com a esposa e filhos. Entre as quatro paredes de uma casa, existem realidades que só quem vive ali conhece. O que sabemos de verdade, são apenas fragmentos, reflexos do que cada um opta por compartilhar; o restante se resume a suposições.

Apesar das afrontas, Cícero não revidou. Em um heroísmo silencioso, manteve-se firme em seus princípios e propósitos escolhendo ficar em silêncio em relação à vida pessoal de seu oponente. Ao manter-se "silente", Cícero demonstra ética em um ambiente político tão hostil. 

A postura de Cícero, é um lembrete de que a intimidade de um político, assim como a de qualquer cidadão, deve ser respeitada. Calúnias, difamações ou qualquer tipo de ataque que atinge a dinâmica familiar, especialmente no que diz respeito a filhos com deficiência, não apenas desrespeitam a privacidade, mas também revelam a fragilidade de um grupo que ignora um dos pilares fundamentais da sociedade, a família.

Atacar a esposa de Cícero por ser uma mulher que cuida da casa e não trabalha fora é desconsiderar a força e o valor de uma mãe que prioriza as necessidades da família. Educar um filho, principalmente com deficiência, deve ser celebrado como um ato de amor, e não encarado como um fardo ou cárcere privado. 

É evidente que as mulheres têm conquistado seu espaço no mercado de trabalho, mas não devemos subestimar ou menosprezar aquelas que, como a esposa de Cícero, optam por priorizar o cuidado da família e dos filhos. O preconceito dirigido a essas mulheres é uma questão de grande relevância social. Suas escolhas, muitas vezes pautadas por amor e sacrifício, merecem respeito e reconhecimento. Cuidar da família é uma tarefa repleta de desafios e exige coragem e resiliência.

Essas mulheres, se veem sobrecarregadas, não apenas com os afazeres cotidianos, mas principalmente com o peso de uma cultura preconceituosa que frequentemente desvaloriza e despreza seu trabalho. É fácil, da perspectiva externa, julgar o que não se conhece, mas a verdadeira prisão é viver em uma sociedade que marginaliza e rejeita as mulheres que escolhem cuidar da própria casa.

A política deve ser um espaço de diálogos construtivos, onde a dignidade de cada indivíduo — especialmente das mulheres e das pessoas com deficiência — seja preservada. É importante lembrar que, por trás dos números e discursos, existem vidas e sentimentos. 

Cada mulher merece ser reconhecida pelo seu papel, seja dentro de casa ou fora dela, e suas contribuições devem ser celebradas. 

Esperamos que, a partir de agora, em vez de promover ataques pessoais a oposição estimule um diálogo que valorize a humanidade e o respeito, reconhecendo que o amor, a dedicação e a força de uma mulher que escolhe cuidar de sua família não são prisões ou humilhações, mas exemplos de heroísmo que devem ser exaltados. Somente assim poderemos construir um futuro mais inclusivo e justo para todos.