Congresso discute adiar eleições municipais por causa do coronavírus

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

Parlamentares acreditam que o calendário eleitoral poderá ser afetado caso a crise se estenda até junho

Com a crise provocada pelo coronavírus e a incerteza sobre a extensão e a duração da pandemia, congressistas passaram a defender o adiamento das eleições municipais deste ano, previstas para outubro. A estimativa do Ministério da Saúde é que os casos aumentem entre abril e junho, com uma possível estabilização a partir de julho.

Segundo a Folha, líderes de partidos na Câmara e congressistas temem que o cenário traçado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta prejudique as campanhas eleitorais. Elas estão previstas para começar apenas no dia 16 de agosto, mas até lá parte do calendário eleitoral pode ser afetado.

Na terça (17), alguns dirigentes partidários, entre eles o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), debateram a necessidade de achar uma saída jurídica para o caso de a crise se estender até o início das campanhas.

De acordo com o dirigente, se no mês de julho ainda houver restrição para realização de eventos, as convenções partidárias estariam inviabilizadas. Pela lei eleitoral, o prazo para escolha dos candidatos é de 20 de julho até 5 de agosto.

Além disso, uma das recomendações do ministério é evitar contato e aglomerações, o que afetaria também um dos mais tradicionais recursos políticos, o corpo a corpo com eleitores.

Mesmo com a discussão na Câmara, um possível adiamento do pleito não está em discussão na cúpula do Senado. Pessoas ouvidas pela Folha relataram que o tema não foi levado ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que está em isolamento desde que foi diagnosticado com coronavírus.

Ontem (19), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sinalizou que, por enquanto, não vai mudar o calendário do pleito de 2020.

Metro1