Descomplicando o Metaverso
Imagem meramente ilustrativa.
Já imaginou sentir o cheiro de um perfume, comprando online?
GRACIELA PELEGRINI | Tenho certeza que você já ouviu falar em Metaverso, porém, se você está lendo este texto, têm dúvidas ou, pelo menos, curiosidade sobre o assunto. Pois bem. Meu objetivo com este artigo é “descomplicar” o Metaverso de forma que qualquer pessoa consiga entender e se preparar para esse “novo mundo”.
Para iniciar, te convido a uma viagem no tempo. Imagina sua vida antes da internet, por volta dos anos 2000, quando ainda procurávamos números de telefone em lista telefônica, mandávamos e recebíamos cartas, comprávamos revistas e jornais nas bancas; enfim, imagine a vida antes do seu smartphone, tablet ou computador. Pois bem, naquela época, se eu te falasse que, dentro de alguns anos você teria uma vida paralela online, que iria visitar lojas, fazer compras, pedir comida, conhecer pessoas, lugares, interagir em grupos, reencontrar velhos conhecidos, e que iria acompanhar a vida de pessoas, tudo por através de uma tela, bem na palma da sua mão, seria quase loucura, não? Talvez parecesse exagero, mas não! Hoje somos praticamente dependentes da internet, e dos smartphones.
O Metaverso é um marco de inovação tão crucial como foi a chegada e popularização da internet. Graças ao Metaverso, daqui a alguns anos será possível “entrar no nosso celular/internet”. Calma, que eu explico! Hoje vemos tudo de uma tela plana, em 2D; com o Metaverso, a realidade será em outra dimensão, uma imersão em 3D, e o celular, que hoje nos conecta com a internet, será substituído por outra interface, possivelmente um óculos de realidade virtual.
Mas como eu vou “entrar” no celular/internet? Na verdade, quem vai entrar é o seu avatar. Hoje, temos um login e-mail, no Instagram, que faz compras e “passeia” pelo internet. No Metaverso, eu escolho meu login, que pode ser meu nome, ou não; e crio minha “imagem”, meu avatar.
Para facilitar o entendimento, vou fazer uma analogia bem simplista. Imagine que você acessou o site de uma loja de roupas; hoje você pode clicar e ver detalhes de cada peça, tudo através da tela do celular, ou computador. Com o Metaverso, a diferença será que, você coloca seu óculos e seu avatar estará “dentro” do site, podendo, inclusive, “vestir” a peça para ver como fica. Ah, e para chegar até essa loja, você não precisou digitar endereço nenhum, você simplesmente viu alguém com a peça de roupa, e seu óculos já lhe apresentou todas as informações de onde vende aquela roupa.
Tá, mas o que é toda essa galera comprando e vendendo terrenos no Metaverso? Simples! Imagina que você tem uma empresa, e essa empresa tem um site; você vai querer o site mais legal, com o endereço mais atrativo e tal, a mesma coisa é para o Metaverso, e é por isso, que empresas como Nike, Adidas e outras já garantiram seus “endereços” no Metaverso, através da compra de terrenos virtuais.
Agora você pode estar pensando: Ah, mas vai ter muita gente se passando por outra, ostentando uma vida que não é a real! De fato, assim como hoje tem muita gente “mostrando” uma vida de comercial de margarina, tem gente aplicando golpes; enfim, tem de tudo na internet.
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Mas, à quantas anda o Metaverso? Pois bem. Hoje já existem várias plataformas para o Metaverso. Tem plataforma de jogos, de eventos, tem a plataforma do Zuck, dono do Facebook, que até mudou o nome da empresa para Meta, justamente para mostrar o novo foco da big tech. O problema é que elas ainda são isoladas, ou seja, hoje se eu quero colocar minha empresa no Metaverso, tenho de escolher uma dessas plataformas, apostar nela e torcer. Afinal de contas, diferente da internet, que hoje eu consigo navegar em uma única rede, no Metaverso ainda é como se existissem “várias internet’s” que não conversam entre si. E segundo especialistas, tornar o Metaverso uma rede única, ou possibilitar o “trânsito” entre as redes é fundamental para a expansão dessa nova realidade. Tarefa essa que está na linha de frente das empresas de softwares.
Mas, enquanto as empresas de software estão focando em unificar a rede, as empresas de hardwares estão na corrida para desenvolver periféricos que melhorem a experiência do usuário no ambiente. Como? Melhorando os óculos de realidade virtual, tornando ele mais “usável”, criando “roupas” vestíveis, e que as pessoas possam sentir o calor ou frio do lugar, por exemplo. Luvas para ter a sensação de pegar algum objeto nas mãos, além de outras infinidades de hardwares que estão sendo pensados para o Metaverso. Já imaginou sentir o cheiro de um perfume, comprando online? Pois é, tem empresa desenvolvendo uma espécie de “aparelho” para se ter em casa e, quando a pessoa entra no ambiente virtual de uma loja de perfumes, por exemplo, ela possa cheirar o “aparelho” e sentir a fragrância do perfume que está pensando em comprar. Legal, né?
Sem mais delongas, espero que você tenha entendido um pouco mais sobre esse novo mundo. Não tenho a audácia de querer sanar todas as dúvidas sobre o Metaverso. Afinal de contas, até os maiores especialistas no assunto têm dúvidas de como será tudo isso. Mas uma coisa é certeza: o Metaverso é um marco nas nossas vidas e, embora ainda não esteja 100% operável, logo, logo possibilitará experiências incríveis aos usuários. E como eu sempre digo, quem chega primeiro bebe água limpa! Então, sugiro que fique de olho pois, esse ambiente virtual vem recheado de oportunidades de negócios.
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