É só mais uma opinião...

Imagem ilustrativa.

MÔNICA BASTOS | Devido à aproximação proporcionada pela internet, temos acesso às pessoas do mundo inteiro, e como a maioria é desconhecida, acabamos abrindo à nossa rede para todos os tipos de pessoas, o que significa que, diferentemente da nossa vida real, onde podemos facilmente excluir do nosso convívio pessoas tóxicas, pessimistas, fofoqueiras, mentirosas e falsas, o mesmo não acontece no mundo virtual.

Embora a internet não seja uma terra sem lei, é uma terra totalmente desprovida de cortesia e bons modos. É incrível como as pessoas facilmente invadem a privacidade alheia destilando os seus venenos através das suas opiniões, que são dadas mesmo quando não solicitadas.

Para mim, como dizem por aí, opinião é igual... cada um tem o seu. E por isso, devem ser respeitadas.

É extremamente deselegante a maneira pela qual muitos expressam as suas opiniões sobre a vida e escolhas alheias, e isso ficou ainda mais nítido na última eleição. Muitas pessoas foram desrespeitadas e discriminadas pela escolha dos seus candidatos, ou seja, eu tenho o direito de escolher, mas o outro não. Como isso é possível?

Nós, nordestinos, fomos alvo de inúmeros comentários xenofóbicos. Uma 'colega advogada', de Minas Gerais, chegou a dizer em um vídeo: “A gente não vai mais alimentar quem vive de migalhas”.  Oi! Como assim?

Uma influenciadora do Rio Grande do Norte, também através de um vídeo, chegou a dizer que tinha vergonha do Nordeste, que éramos vagabundos e que não gostávamos de trabalhar.

E nós somos obrigados a ouvir tamanhas barbaridades de reles mortais, sem empatia e sem respeito algum pela história alheia, se comportando como se fossem donos da razão. E tudo isso por quê? Porque alguém pensa diferente. Sinceramente, me surpreende aqueles que pensam igual.

As mídias sociais, sem dúvidas, têm muitos benefícios, mas diante de tanto desrespeito, penso se Umberto Eco tinha razão, ao se referir aos usuários das mídias sociais como: “uma legião de imbecis, que antes falavam apenas no bar, depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”.  Será que o Umberto estava certo?

Sem comentários. Afinal de contas, é só mais uma opinião.