Estudo da UFRB desenvolve mecanismo para identificar gasolina adulterada na Bahia
Pó que ajuda a identificar combustível adulterado.
Método foi criado na cidade de Amargosa, no Recôncavo Baiano, e faz parte de pesquisa de 12 anos
Um professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) desenvolveu um método que indica adulterações em combustíveis. A descoberta consiste no uso de um pó e uma luz ultravioleta, que juntos fazem com que o etanol ou gasolina mudem de cor caso não estejam puros.
O método desenvolvido na cidade de Amargosa está em fase de patenteamento e contou com a ajuda de alunos graduandos em química.
De acordo com o professor e doutor Jorge Menezes, a ideia de criar o pó surgiu há 12 anos, através da observação de marcadores já existentes, como o de cédula de real e o de cartão de crédito. Todos eles garantem uma maior segurança para o consumidor.
"O marcador pode te garantir soluções estratégicas importantes baratas e fáceis", afirma.
Ao longo dos estudos, diversas pesquisas foram feitas em parceria com os alunos, que descobriram que é possível verificar a existência de água nos combustíveis adulterados. Atualmente, essa comprovação de qualidade é feita apenas nos postos de combustíveis, através do rastreador de origem e do teste da proveta.
O primeiro é feito pelas distribuidoras para garantir aos postos que o material recebido é puro. Já o segundo pode ser solicitado por qualquer consumidor, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Porém, segundo o mecânico Erenilton Santana, se um carro quebrar por causa do uso de gasolina adulterada o consumidor terá problemas para provar. E é aí que entra o mecanismo feito pelo UFRB.
"O motor do carro e outras peças não aguentam o combustível adulterado, mas para provar que esse foi o motivo do veículo ter quebrado, o combustível teria que ir para o laboratório, seria uma questão mais rigorosa. Nenhum mecânico pode afirmar que o posto foi o culpado pelo problema", afirmou.
Com o novo produto, que promete ser acessível para a população, os testes poderão ser feitos pelo próprio consumidor ou técnicos de oficina, quando suspeitarem dos problemas causados pela adulteração. Segundo o professor, Jorge Menezes, o objetivo da ideia é facilitar a vida de quem usa combustível.
"Se a gente não cuida do combustível, o desgaste prematuro das peças dos carros será maior e o consumidor precisará ir mais vezes na oficina. Esses consertos já eram caros há 12 anos e agora estão ainda mais", afirmou.
O estudante de química André Marcelino é um dos participantes do projeto. Ele conta como foi importante participar de uma descoberta científica antes mesmo de se formar.
"Eu fico bastante orgulhoso de poder iniciar a minha jornada em um trabalho que já vem sendo desenvolvido pelo orientador pelos outros colegas há tanto tempo. Eu fui agraciado em finalizar esse trabalho com eles", comemora.
Alunos do curso de química auxiliam pesquisa há 12 anos — Foto: TV Subaé.
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