Inaugurada às pressas, transposição do Rio São Francisco está abandonada
Fotos públicas.
Empreendimento passou a funcionar sem ter a drenagem completamente executada e o sistema operacional de controle implantado
A transposição do Rio São Francisco, inaugurada às pressas pelo ex-presidente Michel Temer, em março de 2017, já apresenta sinais de deterioração. Segundo reportagem publicada hoje (2) pela Folha de S. Paulo, a água sumiu há cinco meses e parte da região, que vislumbrou o fim da indústria da seca, continua sendo abastecida por carros-pipas.
O eixo norte da obra segue sem previsão para ser concluído. O orçamento inicial de toda a transposição saltou de R$ 4,5 bilhões para R$ 12 bilhões.
A obra apresenta sinais visíveis de deterioração: paredes de concreto rachadas, estações de bombeamento paralisadas, barreiras de proteção rompidas, sistema de drenagem obstruído e assoreamento do canal em alguns trechos. Por ter sido inaugurado às pressas, o empreendimento entrou em funcionamento sem ter a drenagem completamente executada e o sistema operacional de controle implantado.
Por recomendação da Agência Nacional de Águas (ANA), o bombeamento da água ao longo do canal de 217 km de extensão foi interrompido, devido ao risco de rompimento no reservatório Cacimba Nova, em Custódia, Pernambuco. Sem a água, que também serve para amenizar os efeitos das variações bruscas de temperatura no semiárido, o concreto rachou.
Outro ponto de alerta é que o projeto foi posto em funcionamento sem que o sistema operacional tivesse sido licitado. O mecanismo informa em tempo real, por meio de fibra ótica, quais são os níveis dos reservatórios.
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