Instituições ruins não podem ser curadas com placebo
Imagem ilustrativa.
INALDO BRITO | Uma das grandes dificuldades do brasileiro é possuir uma visão correta do livre mercado, e de como um sistema baseado em trocas voluntárias e relacionamentos confiáveis e honestos podem conduzir uma sociedade ao desenvolvimento econômico eficaz, tal como ocorre com outros países.
A dificuldade em se possuir tal visão decorre, em sua maioria, das instituições de poder que o país possui. Instituições políticas, econômicas e jurídicas que insistem em manter a população numa redoma de ignorância e dependência acabam gerando indivíduos alienados, os quais, em longo prazo, tornam-se úteis apenas para os ocupantes daquelas instituições.
Tal corrente, que provém de uma mentalidade anticapitalista, coaduna com o fato de que o próprio brasileiro já se acostumou com essas instituições, e, por conta disso, acaba crendo que nada mudará. Só que essa conclusão falha justamente por achar que transformações têm de ser rápidas e intactas – quando, na verdade, isso pode levar mais de uma geração até que uma nova visão política e econômica se estabeleça no território.
Assim como as engrenagens de uma máquina precisam ser lubrificadas periodicamente a fim de não desgastar as peças e vir a prejudicar o desempenho do equipamento, as instituições políticas precisam ser passadas pela análise séria e crítica dos indivíduos que compõem aquela sociedade. A partir do momento que os indivíduos cruzam seus braços, ou deixam de ser fiscais políticos e econômicos do ambiente social em que estão inseridos, eles estão colaborando para o desgaste econômico do seu país, e entregando de bandeja as instituições nas mãos de pessoas imprudentes e deploráveis.
Ayn Rand acertou na mosca quando disse: “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”
O diagnóstico da situação em que nos encontramos economicamente e politicamente nós já temos, e essa identificação é a parte mais fácil. A recuperação, e o processo de cura, é que são os verdadeiros desafios para superar essa doença parasitária e alienadora.
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