Janones diz o que quer de Lula e se compara a Simone Tebet
© Cleia Viana / Câmara dos Deputados.
Sumido após a eleição, o deputado não ganhou cargo no governo, mas quer apoio para ter posição de destaque na Câmara
Se na campanha foi um dos mais barulhentos aliados de Lula, o deputado federal André Janones, do Avante de Minas Gerais, andou sumido nas últimas semanas. Nos bastidores, porém, apresenta a conta e opera para voltar à cena depois de ter ficado de fora da composição do primeiro escalão do novo governo.
À coluna, o deputado falou sobre seu sumiço. “Realmente estou um pouco afastado, entre aspas, porque acho que agora é um momento muito tumultuado, (tem) muita coisa para se resolver. Depois que se encerrou a PEC da Transição, não tinha muito o que eu estar fazendo ali (nas reuniões da transição). Mas eu continuo próximo, dialogando com a presidente (do PT) Gleisi (Hoffmann)”, disse o deputado, escalado durante a campanha para fazer por Lula o serviço que Carlos Bolsonaro, o filho 02 de Jair Bolsonaro, fazia pelo pai nas redes sociais.
Janones nega que tenha pleiteado qualquer cargo no governo. “Deixei claro que não tinha disposição para ocupar espaço no governo. Nunca foi meu pleito”, garante. Ele diz, porém, o que quer de Lula e do governo: apoio para presidir a prestigiosa Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a CCJ. “Espero contar com o apoio do presidente e do governo”, afirma.
“Eu tinha três pontos, a Tebet tinha um”
O deputado não se faz rogado ao lembrar que retirou sua candidatura ao Planalto para apoiar Lula e se compara a Simone Tebet, que também declarou apoio ao petista e depois ganhou uma cadeira no ministério de Lula. Diz ele: “Eu tinha três pontos (nas pesquisas) para a Presidência quando (me) retirei. A Tebet tinha um ponto. Eu não acho que ela errou ao pleitear um ministério, acho legítimo. Agora é meu pleito, e o meu pleito é ocupar mais espaço na Câmara. E eu acho que isso é para o (bem do) governo. O governo vai precisar de mim lá”.
Se Janones garante que não queria ser nomeado para algum posto relevante no governo, o mesmo não pode ser dito pelo partido dele. O Avante pleiteou o Ministério do Turismo ou o Ministério do Esporte. O presidente da legenda, Luis Tibé, vinha se oferecendo para ocupar um dos dois postos. Foi solenemente preterido.
Promessa de Lula
André Janones cumprimentou Lula na posse, no último domingo, e desde então os dois não se falaram mais. Ele espera encontrar o presidente nesta sexta-feira, quando pretende tratar do apoio na disputa pela presidência da CCJ.
O deputado conta que na primeira conversa que teve com Lula, ainda no ano passado, antes de declarar apoio à candidatura do petista, deixou claro que gostaria de seguir na Câmara a partir deste ano para “cumprir um ciclo”. Em resposta, ouviu uma promessa.
“Ele (Lula) disse assim: ‘É outro poder, a gente tem que respeitar a autonomia. Mas, dentro daquilo que o governo puder ajudar de alguma maneira, pode contar conosco’”, diz.
Como é possível notar, a frase de Lula é lembrada por Janones quase em tom de cobrança. O deputado, agora, apresenta a fatura dos serviços prestados. A saber se o PT deixará que ela seja paga.
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