João de Deus é interrogado na cadeia sobre acusações de crime sexual
Reprodução.
Integrantes do Ministério Público de Goiás estiveram em cadeia de Aparecida de Goiânia na tarde desta segunda-feira (14/1)
Membros da força-tarefa do Ministério Público de Goiás (MPGO) interrogaram, nesta segunda-feira (14/1), João Teixeira de Faria, o médium conhecido como João de Deus. O novo depoimento vai compor a segunda denúncia contra João Teixeira por crimes sexuais.
A oitiva realizada pelos promotores Patrícia Otoni, Luciano Miranda Meireles e Augusto César Souza foi realizada no período da tarde e durou cerca de três horas. Os promotores chegaram às 14h ao Complexo Prisional e o interrogatório teve início por volta das 15h30, após interlocução com a defesa e a disponibilização do réu para a oitiva. Esta é a segunda vez que a força-tarefa interroga o réu.
João Teixeira está preso preventivamente desde o dia 16 de dezembro, no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, sob suspeita de cometer crimes sexuais contra pessoas que procuravam tratamento espiritual. No dia 28 de dezembro, o Ministério Público protocolou a primeira denúncia contra o investigado. Foi recebida pelo Judiciário no dia 9 de janeiro, a partir de quando tornou-se réu.
A força-tarefa foi criada pelo procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, em 10 de dezembro, quando também foi lançado um canal específico para o caso: denuncias@mpgo.mp.br.
Desde então, a equipe trabalha de forma ininterrupta para atender as vítimas, colher depoimentos e proceder com as medidas judiciais cabíveis.
O caso
O médium é acusado de abusar sexualmente de centenas de mulheres durante atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). Algumas das denúncias foram feitas por pessoas que moram em outras localidades do país, que teriam sido abusadas em visita ao centro espiritual. Os depoimentos foram prestados nos estados de origem das vítimas e reunidos no procedimento que corre em Goiás.
Em depoimento anterior, em 26 de dezembro, João de Deus alegou ter disfunção erétil. O problema, segundo ele, teria sido provocado após tratamento contra um câncer de estômago. Dois dias depois, em 28 de dezembro, a primeira denúncia foi apresentada e aceita pela Justiça, por violação sexual e estupro de vulnerável. Caso seja condenado, a pena pode chegar a 42 anos de reclusão. O MPGO pretende oferecer uma nova acusação até a próxima semana sobre crimes contra a dignidade sexual.
O líder espiritual e a mulher dele, Ana Keyla Teixeira Lourenço, também foram indiciados por posse ilegal de armas no último dia 10 pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). Além disso, João de Deus foi denunciado por violação sexual mediante fraude. Segundo a delegada Karla Fernandes, os indiciamentos encerraram os trabalhos da força-tarefa da polícia criada para investigar as acusações de abuso sexual contra ele.
Conforme a delegada Karla Fernandes, João de Deus teria dito em depoimento que as armas encontradas em seus endereços pertenciam a pessoas que recorreram a ele por estarem dispostas a tirar a própria vida. Outra arma seria de uma mulher que ameaçava matar o marido e a amante. Um dos revólveres teria sido trocado com um garimpeiro.
Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados a João de Deus em Abadiânia e Anápolis (GO), foram encontradas cinco armas, uma delas com a numeração raspada. As pedras preciosas localizadas na residência do líder espiritual serão encaminhadas para avaliação da Polícia Federal.
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