Juiz decreta ordem de prisão a João de Deus por porte ilegal de armas

César Itiberê/Fotos Públicas.

Defesa entrou com pedido de habeas corpus para João de Deus.

Médium, que já está preso preventivamente por suspeitas de abusos sexuais, recebeu uma segunda ordem de prisão após seis armas serem apreendidas em suas residências; defesa chama a decisão de “desnecessária” e “idônea".

Preso preventivamente no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia por suspeitas de abusos sexuais, o médium João de Deus recebeu uma nova ordem de prisão nesta sexta-feira (21), desta vez por porte ilegal de armas. A decisão foi do juiz Liciomar Fernandes da Silva, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

Com a decisão, o trabalho da defesa de João de Deus para conseguir um habeas corpus se torna ainda mais complicado. Dois pedidos de liberdade já foram negados, um na Justiça de Goiás e outro no Superior Tribunal de Justiça. Os advogados alegam que a idade (76 anos) e os problemas de saúde do acusado devem ser levado em conta para que o mesmo fique em prisão domiciliar sob o uso de tornozeleira eletrônica.

Agora, o líder espiritual terá que ficar atrás das grades por duas acusações: abusos sexuais e porte ilegal de armas. A segunda decisão surgiu após a polícia federal apreender seis armas em residências do médium. Também foram encontrados R$ 400 mil em notas de dinheiro e pedras preciosas.

Através de nota, o advogado de João, Alberto Toron, lamentou que a imprensa tenha acesso a uma decisão que a defesa ainda não recebeu e a chamou de “desnecessária” e “idônea”.

“É deplorável que profissionais da imprensa tenham à decisão e os advogados do investigado, não! A decretação da nova prisão preventiva, além de desnecessária, pois o investigado já está preso, se mostra idônea porque calcada no desejo de calar o clamor público contra a impunidade. A jurisprudência de nossos tribunais é pacífica no sentido de que a prisão preventiva não se presta a punir sem processo e sem defesa. Prisão preventiva serve para tutelar os interesses cautelares do processo, coisa que não se demonstrou”, escreveu Toron.

O advogado também explicou que a apreensão das armas foi determinada de uma maneira errada, sem que um auto fosse lavrado.

“A nova busca e apreensão foi determinada com base em denúncia anônima e foi genérica, o que é inadmissível. Não se lavrou Auto de Apreensão no local como manda a lei. Portanto, a diligência é írrita”, disse.

Até o momento,  João de Deus  segue cumprindo prisão preventiva no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia conhecida como Casa de Custódia de Goiânia e não há pedido para suspensão de funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola, onde os assédios sexuais supostamente teriam acontecido.