Ministério do Meio Ambiente bloqueia 95% da verba para o clima
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles: corte total de R$ 187,4 milhões Foto: Jorge William.
Pasta praticamente zerou os R$ 11,8 milhões do programa para implementar políticas sobre mudanças climáticas no Brasil
BRASÍLIA - O Ministério do Meio Ambiente praticamente zerou o orçamento para implementar políticas sobre mudanças climáticas no Brasil. A pasta bloqueou 95% dos R$ 11,8 milhões que o programa tinha. O esvaziamento da iniciativa coincide com a ideia inicial do presidente Jair Bolsonaro de retirar o país do Acordo de Paris, que estabelece metas para limitar o aquecimento global.
Bolsonaro desistiu da saída imediata, sem descartá-la no futuro, mas a política é a mais atingida da pasta, que sofreu um corte total de R$ 187,4 milhões imposto pela equipe econômica à pasta. O montante equivale a 22,7% do valor total do orçamento discricionário (não obrigatório) do Ministério do Meio Ambiente, de cerca de R$ 825 milhões.
A confirmação dos valores dos cortes ocorre em meio à divulgação de relatório da ONU segundo o qual um milhão de espécies podem ser extintas em decorrência de diversos fatores, dentre eles a ação do homem contra a biodiversidade.
Outra ação castigada pelos cortes é o apoio à implementação da Política Nacional de Resíduos sólidos, uma bandeira do governo na área ambiental.
O programa perdeu R$ 6,4 milhões de seus R$ 8,1 milhões — retirada de 78,4% da verba total.
A prevenção e controle de incêndios florestais teve bloqueio de 38,4%, equivalente a R$ 17,5 milhões. A ação de licenciamento ambiental federal perdeu 42% da verba de R$ 7,8 milhões.
Já o programa de apoio à criação de unidades de conservação perdeu R$ 45 milhões, ou um quarto de seu orçamento.
Em nota, o Ministério do Meio Ambiente informou que revisará “todas as despesas de custeio como aluguéis, limpeza, segurança e tudo que for economizado será revertido para atenuar as restrições”.
Acrescentou que o contingenciamento foi aplicado a todos os ministérios e que está “entre os menos afetados”.
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