Monges chineses prestam serviços sexuais sob contrato com mosteiros
Dois monges budistas chegam à sexta sessão plenária do Congresso Nacional Popular no Grande Salão do Povo em Pequim, em 16 de março de 2013 (Feng Li/Getty Images).
Frank Fang | Na antiga China, os monges viviam uma vida espiritual celibatária e dedicavam seu tempo aos estudos budistas.
Em contrapartida, na China moderna, alguns monges levam uma vida depravada durante a noite e fingem ser devotos durante o dia.
Song Zude, conhecido crítico da indústria de entretenimento da China, escreveu recentemente em sua conta do Sina Weibo (uma plataforma semelhante ao Twitter) que alguns templos chineses começaram a oferecer um serviço diferente.
Um grupo de empresários fez arranjos especiais para que os monges — apenas os que são bonitos — se tornem “sugar babies” masculinos para chinesas ricas.
Song escreveu que alguns desses monges chegaram a ganhar centenas de milhares de dólares por mês com dinheiro e presentes de suas clientes.
Alguns monges compraram carros esportivos e casas de luxo, enquanto outros acumularam riqueza suficiente para se tornarem “sugar papas” e estabelecer relações com mulheres mais jovens.
Estes monges continuam usando os trajes do mosteiro durante o dia, mas durante a noite eles usam ternos para sair com mulheres.
No WeChat, uma conta de mídia social com o nome “Tian Ya Lian Xian” publicou um artigo em resposta às afirmações de Song.
O artigo dizia que as afirmações de Song não eram surpreendentes, uma vez que é bem conhecido na China que os empresários assinam esses contratos com os templos. Em outras palavras, os monges são simplesmente contratados por esses empresários para prestar serviços sexuais.
De acordo com a publicação do WeChat, os empresários também contratam monges para fazer adivinhações e realizar falsos rituais religiosos para obter lucro para si mesmos.
Vários monges chineses muito conhecidos tiveram comportamentos promíscuos semelhantes.
Shi Yongxin, abade do famoso Mosteiro Shaolin e vice-presidente da Associação Budista da China, controlada pelo Estado, foi exposto pela mídia chinesa em 2015 como pai de dois filhos ilegítimos. Ele também foi acusado de ter relações ilícitas com várias mulheres, incluindo freiras e devotas, além de desviar fundos do monastério.
Segundo a mídia chinesa The Paper, Shi também foi membro do parlamento chinês, o Congresso Nacional do Povo, de 1998 a 2018.
Em agosto do ano passado, Xue Cheng, presidente da Associação Budista da China, renunciou ao cargo após ser acusado de assediar sexualmente suas discípulas e manipulá-las psicologicamente. Segundo a Reuters, ele também estaria envolvido em uma conspiração de corrupção envolvendo US$ 1,64 milhão.
Xue foi membro do Partido Comunista e do Comitê Permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, um órgão consultivo político.
Na Weibo, internautas chineses ficaram chocados ao saber das alegações de Song.
Um cidadão da província chinesa de Zhejiang escreveu sarcasticamente: “Você pode assinar um contrato com um templo? Que país estranho.”
Enquanto isso, uma internauta de Pequim fez uma sugestão: “Vamos fazer alguns testes para tirar esses monges dos templos”.
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