Mundo em alerta: Brasil vira "ameaça sanitária", diz Jornal Britânico
19.05.2020 - Parentes de vítima da covid-19 após velório em cemitério Parque Taruma, em Manaus Imagem: Andre Coelho/Getty Images.
O mundo segue assustado com a evolução da pandemia de coronavirus no Brasil. O problema sanitário desenfreado enfrentado pelo país repercute na impressa internacional e governos suspendem voos e impõem medidas restritivas aos viajantes oriundos do Brasil.
Diante das novas variantes e o crescente número de contaminados pela Covid-19 no país, manchetes da impressa internacional estampou o Brasil nos últimos dias como uma ameaça sanitário global.
Governos, cientistas e economistas observam a condução da crise pelo governo local com perplexidade, alertando para o que seria um novo problema mundial e diplomático.
Vários países proibiram voos de passageiros saídos do Brasil e da África do Sul, que também sofre com variantes da Covid-19 locais e oriundas do Brasil, com medo da propagação da variante mais perigosa, a P1 surgida em Manaus.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian que estampou na manchete o Brasil com uma “ameaça sanitária global”, o neurocientista brasileiro e professor da Universidade de Dunke dos Estados Unidos, Miguel Nicodelis disse que “isso é sobre o mundo. É global”.
Se a variante P1 surgida em Manaus é um alerta, haja vista que se trata de uma variante mais contagiosa – e a princípio, mais resistente às vacinas -, o que mais atrai os olhos das autoridades sanitárias mundo afora é a forma como a crise está sendo conduzida pelo governo brasileiro. Diante disso, especialistas aconselham o isolamento social.
“Se não houver uma mudança radical na forma como o país está lidando com a pandemia, ele vai se tornar uma ameaça global à gestão da crise, como também um pária, rejeitado pelos demais em transações econômicas, turismo e até mesmo na cooperação e diálogo sobre as grandes questões”, diz Fábio de Sá e Silva, co-diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos.
Diplomatas estadunidenses e europeus seguem um discurso cuidadoso e preferem não apontar o dedo para o Brasil ou insistir na variante brasileira, que têm preferido chamar publicamente de P1, para não apontar o país como único que tem variantes perigosas.
Do site Cultura&Realidade.
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