Nathy Rocha - “A Grandona”, na 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC) em Brasília-DF

Fotos: Nathy Rocha.
“Democracia e Direito à Cultura”
*Em 1987, a banda Titãs lançou a música “Comida”, que em uma das fortes e indagativas estrofes, dizia e ainda diz: ‘Comida é água. Comida é pasto. Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?’ Será que precisamos somente de surubim para alimentarmos o nosso corpo, ou de frutas típicas de nossa região, nessa cidade maravilhosa, conhecida por ser chique em dobro, Xique-Xique-BA? Será?
Precisamos sim, do surubim e das frutas, mas não é só isso. Nosso corpo tem fome e tem sede, isso sabemos e corremos atrás, em um “corre” danado, todos os dias para alimentá-lo, através do nosso esforço, do nosso trabalho. Também precisamos de outras coisas: “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte”. Vejo alguém exponencial, através de minha ótica, e percebo que ela se vai e vai atrás, sendo representativa e representando. São as suas lutas, aquilo que lhe move e lhe impulsiona a ir adiante, ainda que poucos falem, que poucos saibam, ela se metamorfoseia e se agiganta, porque tem fome, porque “quer uma saída para qualquer parte”. Sempre digo: pessoas do bem sempre fazem a diferença, do tipo que vão à luta, que ‘arregaçam as mangas’ de suas vestes e se vestem de compromisso com o próximo, e pensam antes de tudo, no bem-estar do próximo, e eu enxergo que tais lutas nunca são travadas em benefício próprio, mas do coletivo que as cercam.
Nathy Rocha, “a grandona”.
Está acontecendo na cidade de Brasília-DF, entre os dias 04 e 08 de março de 2024, um evento pouco divulgado na mídia xiquexiquense: A Conferência Nacional de Cultura (CNC), com o tema “Democracia e Direito a Cultura”, evento este que deve reunir mais de três mil participantes de todo o Brasil, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília-DF. A cerimônia de abertura contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Nathy Rocha, “a grandona”.
Até sexta-feira, 08/03/2024, a 4ª CNC vai debater políticas públicas culturais e definir orientações prioritárias para assegurar transversalidades nas ações do setor e, sendo aprovadas as referidas propostas irão embasar as diretrizes do novo Plano Nacional de Cultura (PNC), que nortearão a pasta na próxima década. Naty Rocha, “a Grandona”, cantora, percussionista, uma multitalentos de nossa cidade, com muita sede e fome de cultura, está em Brasília-DF, e desde segunda-feira tem participado ativamente de vários eixos culturais, representando como ela mesma diz: “o povo da música de nossa cidade, a comunidade LGBTQIAPN+, buscando meios para elevar a cultura xiquexiquense como um todo”. Nathy Rocha é uma das delegadas da Bahia, de nossa cidade Xique-Xique-BA, na 4ª CNC, e faz questão de frisar que o evento “é muito importante pra minha vida e carreira. A cultura é a minha vida. Todas as artes, eu sou defensora”. Ela participa do eixo 4, que é a promoção da diversidade cultural, onde todos os gêneros e todas as classes se agregam nesse grupo: povos ciganos, povos indígenas, pessoas nômades, todas as raças e crenças de matrizes africanas. O Grupo/eixo tem uma proposta que começou a ser articulada e discutida na Conferência na Bahia, chegando até a Conferência nacional, com possibilidades reais de ser aprovada, nesta quinta-feira, dia: 07/03/2024, na Plenária Final. Finaliza, dizendo: “É muito gratificante, é muito importante participar desses eventos, que a gente adquire mais conhecimentos, conhece a ‘galera’ das artes em geral. E é muito bom!”
Nathy Rocha, “a grandona”.
Vejo alguém exponencial, através de minha ótica, e percebo que ela se vai e vai atrás, sendo representativa e representando. Nathy segue em uma crescente pessoal, profissional, imbuída de desejos de ressignificar o “status quo”, que a cerca. Nathy tem fome e sede de empoderamento, aprendizado, de conquistas, de compartilhar o que aprendeu.
Enfim, Nathy Rocha, “a grandona” quer comida, diversão e artes em geral. Quer saída para qualquer parte, através das artes.
Por: *Sérgio Bandeira - para o Pagina Revista.
4 Comentários
Arilda Rufino de Sá
07 de Março de 2024 às 08:41Eu sou bem suspeita ao dizer qualquer coisa, mas não foi à toa que a Grandona, Naty Rocha, nascera justamente em 1987. Quando os Titãs cantavam que "A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte...", ela estava nascendo, e eu aos sete anos já ouvia essa canção. A Grandona era pequenininha, mas Deus já tinha preparado o talento. Quem é do mundo cultural entende o quão difícil é o famoso CHEGAR LÁ. O mercado fonológico é, muitas vezes, cruel e sabemos que a luta não pode parar. Infelizmente, a classe artística que está nos interiores desse país, nem sempre recebe o devido reconhecimento. Ela segue na música, compartilhando seus dons e alegrando corações. Naty Rocha, traz em si uma característica que é verdadeira, NÃO PRECISA PUXAR O TAPETE DO OUTRO. Jamais faria. Viver de Arte não é fácil, mas ela, nossa representante territorial, continua firme. Voa, minha irmã!
Tamires
06 de Março de 2024 às 23:03Merecemos os melhores desse mundo A família LGBT Tbm pode chega onde todos chegar agente merecer Respeito nem todos dão
Rosângela
06 de Março de 2024 às 22:55Você é uma pessoa admirável e merece o melhor que a vida tem para te dar, dona de uma voz linda, e merece todo sucesso do mundo.
Mylena
06 de Março de 2024 às 22:21Que linda