O que a Geração Z tem de tão diferente que está mudando o mundo dos negócios?
A turma Geração Z
Essa divergência entre gerações continuará a existir, será assim com nossos filhos, netos...
Não é de hoje que notamos que a geração que nasceu nos anos 2000, é bem diferente dos nascidos no século passado. Essa Millennials que aqui vos escreve - sim Millennials são as pessoas nascidas entre 1977 e 1996/98 - cresceu em uma época que existia lista telefônica, filme fotográfico, que se fazia curso de datilografia, e que foi conhecer celular e computador quando já era adolescente.
Acontece que, essa geração de Millennials, está sendo confrontada pela galerinha da Geração Z, que nasceu conectada na internet e agora está entrando no mercado de trabalho e se tornando clientes com poder de compra.
Para os nativos da Geração Z, a tecnologia sempre esteve muito presente. Conversar com a Alexa, Siri ou Google Assistente é algo totalmente normal; eles fazem buscas na internet, através desses dispositivos, antes mesmo de saber ler ou escrever uma única palavra, apenas com um comando de voz.
Essa geração nasceu na era touch, telas sensíveis ao toque; nasceram na era onde tudo é muito intuitivo. É inadmissível precisar ler um manual para aprender um jogo, por exemplo. E por falar em jogos, 74% afirmam que precisam de tecnologia para se divertir.
Se quisermos saber o que os Millennials ou membros de outras gerações ainda mais antigas farão daqui a alguns anos, ou qual aplicativo será o novo queridinho, basta olhar o que a Geração Z está fazendo e usando hoje. Pesquisas mostram que a Geração Z abandonou o Facebook porque, segundo eles, muitos parentes mais velhos aderiram a rede social. Um aplicativo idolatrado pela Geração Z é o YouTube. O YouTube é para eles, o Google dos mais antigos. Se eles querem aprender alguma coisa, é só assistir um tutorial no YouTube, e pronto! Ah, e vale lembrar que, o mesmo aplicativo que ensina, também os entretém. Outro queridinho da referida geração é o Tik Tok, que hoje é a rede social em que as pessoas ficam mais tempo conectadas.
Outro fato importante a ser considerado é que essa é a geração do imediatismo. Eles nunca precisaram esperar passar o intervalo comercial do desenho, a ansiedade para revelar uma foto, não precisaram esperar a entrega de uma carta, ou a lentidão de uma internet discada. Essa geração nunca vai precisar enfrentar a fila de um banco; afinal, a agência hoje é digital e tudo se resolve pelo celular. E por falar em banco, talão de cheques é algo muito antigo e até mesmo o dinheiro em papel está se tornando coisa do passado.
Com relação ao celular, ele é considerado um apêndice do corpo dessa geração. Afinal, eles praticamente nasceram grudados e preferem o uso do dispositivo a um computador para se conectar ao mundo.
Com relação ao consumo, essa galera busca propósito nas marcas, eles vestem uma marca que tenha a ver com o propósito de vida de cada um. O mesmo serve para empregos. Essa geração não trabalha apenas por dinheiro, eles trabalham - ou pelo menos querem trabalhar - por um propósito, por uma causa, querem ser reconhecidos enquanto pessoas de opinião. Em um estudo de 2017, cerca de 63% dos membros disseram que ‘fazer algo que se ama’ é mais importante na escolha da carreira do que ‘fazer algo que de dinheiro’. Talvez com a responsabilidade financeira, esse conceito mude... ou não.
Outro ponto importante é que essa geração não está disposta a ficar anos em um mesmo emprego. Eles querem ter novas experiências, e não é à toa que são considerados uma geração volátil, que se adapta rapidamente ao novo.
Ainda sobre essa questão do trabalho, essa geração relata querer trabalhar em empresas estáveis o que, segundo eles, são empresas grandes e comprometidas com a melhoria do meio ambiente, responsabilidade social e igualdade. A questão do trabalho online também faz os olhos dessa galera brilhar tanto quanto a busca por um alto grau de comunicação entre o jovem e seus superiores.
Sem mais delongas, se você é do século passado, assim como eu, certamente chegou a esse ponto do texto se questionando sobre qual geração é melhor ou pior. Pois bem, esse tipo de conflito sempre ocorre de uma geração para outra, e foi assim com nossos pais, com os pais dos nossos pais; a diferença era que, naquela época, o acesso à informação era muito limitado. Essa divergência entre gerações continuará a existir, será assim com nossos filhos, netos e seguintes. O que temos que entender é que, não cabe a nenhuma geração julgar a outra, precisamos aceitar que as gerações mudam, porque as coisas mudam, essa é a ordem. Temos que entender que se os Millennials querem se dar bem com os Z's, indiferentemente da finalidade, colaborador ou cliente, para conquistá-los temos que aceitar que o que era importante para a geração passada, não faz mais o sentido para essa.
Um comentário
Priscilla Squillante
11 de Fevereiro de 2022 às 09:31Excelente texto Grazi! Os jovens da geração Z são livres, conectados e muito ansiosos. Mas também fazem todas as outras gerações saírem da zona de conforto. Baita desafio para as marcas e principalmente para pais e gestores. Ótima reflexão! Beijos