Preço do botijão de gás de cozinha aumenta 8,5% nas refinarias
Gás de cozinha sobe 8,5% nas refinarias.
Começou a valer nesta terça-feira (6) o reajuste de 8,5% no preço do botijão de gás de cozinha nas refinarias, determinado pela Petrobras. Noventa e oito por cento das famílias brasileiras usam o botijão em casa.
Ele é artigo essencial. “O gás é fundamental dentro de uma casa, ainda mais quando tem muitas pessoas que depende para comer”, diz a aposentada Sonia Gonçalvez. Mas manter a chama acessa com ele tem se tornando cada vez mais difícil. “Já chegou a passar caminhão vendendo o gás aqui a R$ 90”, conta Sonia.
Há um ano, dona Divina vinha segurando o preço dos bolos que faz para fora. Não dá mais. “Vou ter que dar uma aumentadinha. Podia ser um preço mais razoável. Colaborava com a gente, que depende muito dele”, afirma a boleira Divina Pereira de Oliveira.
Parte do gás que alimenta os fogões dos brasileiros é importada pela Petrobras e depois distribuída. Por isso, é um produto que sofre impacto da alta do dólar e dos preços praticados pelo mundo. Essa é a justificativa da Petrobras para aumentos como o de agora. Mas a política do preço do gás já foi outra, vem mudando e mexendo com o orçamento dos consumidores.
Quando o preço do botijão ficou praticamente congelado entre 2002 e 2015, a Petrobras arcou com o prejuízo. Alinhar de acordo com custos e preços internacionais foi a saída da empresa, que passou a reajustar os preços quase mensalmente em 2017 e a cada três meses de janeiro para cá.
Segundo a Petrobras, do preço final do gás, 34% ficam com a empresa. Outros 19% são impostos e contribuições e 47% são as fatias das distribuidoras e dos revendedores.
Os revendedores reclamam que os descontos não chegam quando os preços caem nas refinarias. O representante do setor está preocupado com a queda nas vendas.
“A gente observa que muitas vezes você vai entregar o gás, você vê que o fogão tem uma latinha, uma trempa com querosene alguma coisa assim. Você vê que o povo, Minas Gerais, por exemplo, pessoal tinha mania de fazer um cafezinho à tarde, um bolo, isso já não existe mais”, Alexandre José Borjaili, presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP.
Nos últimos 12 meses, a inflação foi de 4,53%. O reajuste médio do preço do gás foi bem maior: 10,97%.
Na periferia de São Paulo, Tainara e o marido, desempregados, não sabem o que vão fazer quando o botijão, que já está no fim, acabar. “Porque para gente conseguir esse já é difícil. Aumentando fica mais difícil ainda. Acaba tirando o que a gente já não tem, o pouco que a gente tem acaba tirando um pouco mais”, diz a desempregada Tainara Souza da Silva.
O Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP declarou que, de setembro do ano passado até setembro deste ano, o preço do gás de cozinha subiu pouco mais de 15% para o consumidor. E que, enquanto isso, o valor na refinaria subiu quase 30%.
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