Presidente da Caixa diz que juros da casa própria para classe média têm de ser de mercado

Foto: Jorge William / Agência O Globo.

BRASÍLIA -  O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, sinalizou nesta segunda-feira que os juros do financiamento da casa própria devem subir para a classe média. Após tomar posse, o executivo disse que as taxas mais baixas, garantidas graças a financiamentos concedidos com recursos da poupança e do FGTS, deverão ser reservadas para o Minha Casa Minha Vida (MCMV). Para os demais segmentos, os juros serão os “de mercado”.

- O juro não vai subir para o Minha Casa Minha Vida. Juro de Minha Casa Minha Vida é para quem é pobre - disse Guimarães, acrescentando: - Classe média tem de pagar mais ou vai buscar no Santander, Bradesco ou Itaú. Na Caixa Econômica Federal, vai pagar um juro maior que o do Minha Casa Minha Vida, certamente, porque vai ser um juro de mercado. A Caixa vai respeitar acima de tudo o mercado: lei da oferta e da demanda.

O setor imobiliário é considerado uma das apostas para a recuperação da economia este ano. Nos últimos meses, o setor recebeu sinais de alento. Em julho passado, o governo Michel Temer elevou o limite de financiamento da casa própria com recursos do FGTS para R$ 1,5 milhão em todo o país, uma medida voltada para estimular a compra de imóveis pela classe média. Além disso, no fim do ano passado, foram aprovadas novas regras para o distrato, que aumentam a multa para quem desiste do imóvel.

No Minha Casa Minha Vida, disponível para quem tem renda familiar de até R$ 7 mil, os juros máximos cobrados chegam a 8,47% ao ano.

Guimarães não deu detalhes sobre o que seriam os juros de mercado para a classe média. No ano passado, a Caixa reduziu as taxas mínimas cobradas nos dois sistemas de financiamento imobiliário. No Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com recursos da caderneta de poupança, os juros passaram de 9% para 8,75% ao ano. Já no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), a taxa mínima foi cortada de 9,5% também para 8,75% ao ano - para imóveis de até R$ 1,5 milhão. Segundo dados mais recentes do Banco Central, de novembro, a taxa média de juros no mercado estava em 9,5% ao ano.