Projetos de irrigação da Codevasf produziram 4,11 milhões de toneladas de alimentos em 2023
Valor bruto da produção agrícola dos projetos alcançou R$ 5,48 bilhões.
A produção dos projetos públicos de irrigação mantidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) alcançou em 2023 a marca de 4,11 milhões de toneladas de alimentos. Houve crescimento de 4% das áreas cultivadas, que sustentaram 343,2 mil empregos diretos, indiretos e induzidos. No período, o valor bruto de produção (VBP) chegou a R$ 5,48 bilhões, com destaque para a fruticultura. Os dados fazem parte do balanço de produção consolidado pela Área de Irrigação e Operações da Companhia.
“Os números demonstram como o investimento em agricultura irrigada sustentável contribui para a melhoria de indicadores socioeconômicos, com aumento de renda, maior oferta de alimentos, geração de emprego e outros benefícios. A Codevasf tem atuado historicamente em projetos de desenvolvimento regional no vale do São Francisco adotando como uma de suas estratégias centrais a implantação e o suporte a projetos de irrigação”, afirma o diretor-presidente da Companhia, Marcelo Moreira.
No total, em 2023 foram produzidas 71,8 mil toneladas de alimentos a mais do que em 2022. De acordo com análise da Codevasf, o aumento da produção foi bem distribuído entre as culturas e os projetos de irrigação. As principais culturas, em termos de VBP, foram uva, manga e banana.
“Os projetos de irrigação promovem desenvolvimento regional de forma abrangente nas regiões em que são instalados. Eles mobilizam e fortalecem os setores de logística, insumos, treinamento profissional, máquinas, infraestrutura e serviços, entre outros. As oportunidades de emprego e renda sempre ultrapassam os limites das áreas irrigadas”, destaca o diretor da Área de Irrigação e Operações da Companhia, Luís Napoleão Casado.
No balanço da Codevasf, destaca-se o aumento na produção de arroz nos projetos irrigados localizados em Alagoas e Sergipe, no Baixo São Francisco. Em Alagoas, o aumento da produção deve-se à alta no preço médio do grão. A reabertura e o funcionamento da indústria de beneficiamento de arroz e a entrada e o incentivo de grandes grupos compradores no estado também impulsionaram o aumento na produção. Tanto em Sergipe como em Alagoas a elevação do preço do arroz incentivou produtores que utilizavam áreas para produção de pastagem a migrarem para a rizicultura.
Outro fator que provocou elevação da produção foi o início de atividades nos projetos Pontal Sul, em Pernambuco, e Baixio de Irecê, na Bahia. No Pontal Sul, a produção alcançou 13,5 mil toneladas — um aumento de 750% em relação a 2022. Os destaques foram as culturas de uva, tomate e banana. Já o Baixio de Irecê teve um crescimento de produção de 906%; foram cerca de cinco mil toneladas de itens produzidos. As lavouras de abóbora, feijão e melancia foram os destaques.
Em relação à área cultivada nos projetos de irrigação da Codevasf, em 2023 foi registrado um crescimento de 4%. No total, foram cultivados 120,8 mil hectares, nos quais atuaram 16 mil produtores. Em relação ao ano anterior, foi registrado aumento de 4,1 mil hectares.
Entre outros fatores, o aumento se deu, pelo início da produção no projeto Baixio de Irecê, que registrou crescimento de 893%, o maior crescimento da área cultivada entre os projetos irrigados mantidos pela Codevasf. Foram 1,6 mil hectares de área cultivada a mais em relação ao ano de 2022.
Localizado entre os municípios baianos de Xique-Xique e Itaguaçu da Bahia (BA), o Baixio de Irecê entrou em operação em 2022, sendo considerado o maior projeto de irrigação da América Latina. O Projeto foi o primeiro do país a passar por um leilão na área de agricultura irrigada por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal.
Valor de produção crescente
O aumento verificado no VBP foi da ordem de R$ 914 milhões. Segundo analistas da Codevasf, isso é resultado da alta nos preços médios das culturas da uva e da manga. Como essas culturas têm grande representatividade dentro dos projetos públicos de irrigação mantidos pela Companhia, a variação no preço impacta fortemente o VBP total.
O maior aumento no VBP foi verificado no projeto público de irrigação Nilo Coelho, localizado entre os municípios de Petrolina (PE) e Casa Nova (BA), no polo de irrigação Petrolina/Juazeiro. O crescimento do VBP na área foi da ordem de R$ 700 milhões. Outros projetos irrigados que se destacaram foram Maniçoba e Curaçá, situados em Juazeiro (BA), que registraram aumento de R$ 140 milhões e R$ 82 milhões, respectivamente.
Os projetos de irrigação da Codevasf também possuem atividades de pecuária e aquicultura, que alcançaram produção de 14 mil toneladas com itens como peixes, leite, carne e camarão. O VBP alcançado nessa categoria foi de R$ 76,8 milhões, com destaque para projetos localizados no oeste da Bahia, em Sergipe e em Alagoas.
Foco na agricultura irrigada
A agricultura irrigada tem sido um dos grandes focos de atuação da Codevasf desde a sua criação em 1974. Ao longo de seus 50 anos, a Companhia consolidou na bacia do rio São Francisco a produção de frutas e culturas tradicionais, como manga, limão, goiaba, melão, coco, maracujá, melancia e banana. A produção agrícola dessas áreas irrigadas atende tanto ao mercado interno como a demandas internacionais.
No total, a Companhia mantém 39 Projetos Públicos de Irrigação. São 29 projetos em produção implantados e mantidos pela Codevasf em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, além de outros dez projetos implantados pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) na década de 1990, onde produzem famílias que residiam na área onde se formou o lago da usina hidrelétrica de Luiz Gonzaga (PE). Esses projetos são identificados conjuntamente como Sistema Itaparica e estão localizados entre Pernambuco e Bahia.
Os investimentos em irrigação contribuem para a melhoria dos indicadores socioeconômicos, com geração de emprego e renda e impulso a outros segmentos da economia, como indústrias de máquinas, equipamentos, fertilizantes e embalagens; transporte e logística; universidades e centros de pesquisa; e serviços bancários, financeiros e turismo.
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