“A gente não passa a mão pela cabeça”, diz comandante-geral da PM sobre caso de policial que agrediu advogada

Foto: Angelino de Jesus/OAB-BA.

Coronel Anselmo Brandão afirmou que será aberto processo disciplinar para apurar o caso

O caso da advogada Thalita Coelho, agredida por um delegado e um policial militar no exercício da profissão, voltou a ser pautado pela OAB-BA, em reunião com o comandante-geral da Polícia Miliar da Bahia, coronel Anselmo Brandão, na manhã desta terça-feira (05/02).

Thalita foi agredida verbal e fisicamente pelo delegado Giovani Paranhos Santos e pelo soldado PM Luís Paulo Lima dos Santos na 23ª Delegacia, em Lauro de Freitas, no último sábado (02/02), enquanto tentava ter acesso aos depoimentos de seus clientes.

No encontro, o presidente da seccional, Fabrício Castro, pediu a ajuda do comandante-geral na apuração das agressões. “Nós já oficializamos junto às Corregedorias das Polícias Civil e Militar e queremos o apoio do coronel Brandão para que sejam corrigidos os excessos e separado o joio do trigo dentro da Polícia Militar”, disse.

O comandante-geral reconheceu o fato e disse que não encobrirá erros. “A gente não passa a mão pela cabeça. O fato aconteceu. As partes serão ouvidas”, disse.

Questionado por Fabrício, o coronel afirmou, ainda, que, diante da queixa já prestada pela OAB-BA junto às Corregedorias, será aberto um processo disciplinar contra o policial. O coronel Brandão também afirmou que entrará em contato com a Corregedoria da PM, para checar o andamento do caso e agendar uma nova reunião com a OAB-BA.

A OAB-BA aproveitou a oportunidade para solicitar o imediato afastamento do policial das atividades externas.

Ao final do encontro, como forma de estreitar o relacionamento entre as entidades, OAB-BA e PM decidiram criar uma agenda de encontros, visitas e palestras entre as classes.

“A gente tem que aproveitar essa situação para estreitar ainda mais nosso relacionamento com a Polícia. Pra mim, o importante não é resolver apenas o caso de Thalita pontualmente, mas ratificar o bom relacionamento entre advocacia e polícia”, concluiu Fabrício.

O tesoureiro da OAB-BA, Hermes Hilarião, o presidente da Caixa dos Advogados (CAAB), Luiz Coutinho, e o advogado Saulo Guimarães também participaram do encontro.