“A nossa gestão ficará na história, vamos inovar e lutar pelo Município”, promete o presidente da Câmara de Vereadores de Gentio do Ouro
Presidente Gilliard Henrique | foto: arquivo pessoal.
"(...) Temos riquezas, e temos que fazer essas riquezas gerarem dividendos para a população"
Em entrevista concedida ao Pagina Revista, o atual presidente da Câmara de Vereadores de Gentio do Ouro, Gilliard Henrique (PDT), 33 anos de idade, fala das suas pretensões como novo presidente. “Trabalharei com transparência, vou convidar o povo para a Câmara, mostrar o saldo da conta bancária; quero que o povo participe da gestão. Transmitiremos as sessões ao vivo, para que a população tenha facilidade de saber o que nós, vereadores, estamos fazemos pelo Município”, disse.
VEJA A ENTREVISTA:
JORNAL PAGINA REVISTA | Presidente Gilliard Henrique, fala-nos da sua vitória como vereador. Uma vez eleito, o que tem sido diferente, daquilo que acontecia em seu imaginário?
Gilliard Henrique Andrade de Queiroz | Primeiramente, agradeço por essa oportunidade que me foi concedida, para que eu possa me comunicar com todos os cidadãos que têm interesse no trabalho. Agradeço a Deus, aos meus eleitores, aos meus amigos e familiares pela vitória conquistada nas urnas. Sobre a minha vitória, foi algo que eu esperava desde a eleição passada, quando tive votos suficientes para me eleger, mas perdi no quociente eleitoral. Foi uma luta árdua, mas dessa vez a vontade do povo prevaleceu. Eu sempre imaginei que seria difícil a caminhada, portanto, já estava preparado para esse desafio; enfrentei todas as dificuldades com coragem e fé em Deus, e venci.
PAGIANA REVISTA | Depois de eleito vereador, veio a possibilidade de você ser escolhido presidente da Câmara de Vereadores de Gentio do Ouro. Como surgiram as primeiras conversas, manobras?
Gilliard Henrique | Depois de eleito vereador, começamos a falar sobre a Presidência da Câmara. No primeiro momento, eu pensei em colocar meu nome à disposição dos colegas vereadores, mas quando soube que o vereador Neto de Adão tinha a pretensão [de concorrer à presidência da casa], assumi, publicamente, o desejo de vê-lo na Presidência. Neto de Adão é meu colega de partido, de boa índole, de confiança e têm cinco mandatos de vereador; então, eu não poderia chegar e bater de frente com um colega que pela hierarquia estava (por direito), à minha frente no processo. A partir daí, eu pude notar um movimento diferente, onde algumas pessoas da oposição tinham certa preferência pelo meu nome.
Em conversa com ele (Neto de Adão), o mesmo disse que da mesma forma que eu confiava nele, ele também confiava no meu trabalho. Ou seja, se eu votaria com ele, ele também poderia votar comigo. Tivemos uma reunião com os vereadores do nosso partido, e com o prefeito, mas os outros vereadores da nossa base queriam outro colega ocupando a Presidência, e não houve consenso no grupo. O prefeito deu aval para que a bancada pudesse buscar os votos da oposição, desde que o presidente fosse algum vereador do nosso partido - PDT. Observado isso, iniciamos as tratativas com a oposição, já que dentro do nosso grupo não houve acordo, apesar de termos a maioria dos edis. A oportunidade surgiu na minha frente, e eu não poderia deixar escapar; comecei a conversar com lideranças políticas da oposição, me aproximei de pessoas - que com as quais, até então, seria impossível manter diálogos políticos -, tive a ajuda de amigos e vereadores. Recebi sinal verde do vereador Neto de Adão, e da sua família, inclusive do seu cunhado, professor Samuel, que também tem influência política. O ex-vereador Iris Durães também ajudou bastante. Expliquei ao prefeito Robério a situação. Ele disse que não iria se manifestar ou interceder porque a disputa seria entre dois vereadores do seu partido. Achei justa a posição dele. Consegui três votos dos vereadores da oposição (Ruyzinho, Tales e Kaká).
Depois de uma longa articulação e muito diálogo, de rejeitado passei a ser o preferido pela oposição, e pela população em geral, pois eu via que o povo abraçou a minha candidatura à Presidência da Câmara. Tive que aprender coisas que eu não sabia, amadureci politicamente em poucos dias. Sou do grupo do prefeito e, ao mesmo tempo em que eu conversava com o gestor, eu conversava com a oposição, sempre falando a verdade, sem falsidade, sem ambições loucas, e sem maldade. Fomos empossados, e na hora da eleição, nenhuma surpresa: fui eleito Presidente.
PAGINA REVISTA | Uma vez presidente, como você encontrou a Casa? Você foi pego de surpresa, de alguma forma?
Gilliard Henrique | Encontrei a Câmara com vários problemas. Estou concluindo um relatório onde, junto com servidores do legislativo estamos catalogando os problemas e divulgaremos o mais breve possível, para dar transparência à minha gestão. Alguns problemas me deixaram surpreso, como o fato de não ter ficado informações importantes nos computadores, que provavelmente foram deletadas, mas mesmo assim estamos conseguindo trabalhar.
PAGINA REVISTA | E quanto ao processo de transição do cargo?
Gilliard Henrique | Sobre o processo de transição, poderia ter sido muito melhor, mais amistoso, mas para eu chegar até aqui foi desgastante; houve atritos dentro do nosso grupo político e creio que tudo isso influenciou. Comecei a estabelecer diálogo com o ex-presidente e, nos últimos dias, ele se manifestou solícito em colaborar. Dessa forma, quem ganha é o Município.
PAGINA REVISTA | No dia 24 de dezembro do ano passado, o Legislativo devolveu à Prefeitura, 500 mil reais referente à sobra do repasse. Por quais motivos, a devolução?
Gilliard Henrique | No tocante à devolução das sobras (saldo) do duodécimo, isso está previsto em lei. O recurso que a Câmara não aplica é passível de devolução aos cofres da prefeitura e isso não é nenhum favor do Presidente da Câmara para com a gestão municipal, é obrigatório.
Se o presidente da Câmara não cumprir a lei, responderá por crime de responsabilidade, dentre outros; então, isso é, como eu disse, uma obrigação. Aqui na Câmara havia onde aplicar boa parte desse recurso, não em sua totalidade, mas há muitas melhorias para serem feitas. Na minha opinião, o ex-presidente poderia ter feito um orçamento do que precisava ser melhorado, das avarias no prédio, nos veículos, mobília etc. Ele poderia ter resolvido todos os problemas e ainda sobraria muito dinheiro para devolver ao Município. Essa é a minha opinião pessoal, mas cada presidente decide o que fazer na sua gestão.
PAGINA REVISTA | Como novo presidente, quais são suas pretensões para uma boa gestão? O que o presidente fará de diferente, em prol do Município?
Gilliard Henrique | Estou ocupando esse importante cargo e quero mostrar a todos os cidadãos que tenho capacidade e espírito de liderança, que posso ser importante para Gentio do Ouro, ajudar no desenvolvimento da nossa terra.
O povo tem agora, na Câmara, um presidente que não tem medo de se manifestar, que tem coragem para defender o Município. Quero tirar a Câmara do anonimato, quero que a população saiba qual o orçamento do legislativo, quais as despesas, onde são aplicados os recursos.
Trabalharei com transparência, vou convidar o povo para a Câmara, mostrar o saldo da conta bancária; quero que o povo participe da gestão. Transmitiremos as sessões ao vivo, para que a população tenha facilidade de saber o que nós, vereadores, estamos fazemos pelo Município. Quero ver Gentio do Ouro brilhando cada vez mais e vou manter uma boa relação com o prefeito e com a oposição.
Gentio do Ouro tem potencial. Temos riquezas, e temos que fazer essas riquezas gerarem dividendos para a população; as empresas que se instalarem aqui terão que empregar mais pessoas do Município. O prefeito Robério avançou nesse sentido, ele sempre buscou os empregos, porém acredito que nós podemos mais.
PAGINA REVISTA | Após uma nota sobre você, no Meio Minuto, o ex-presidente Leonardo Gomes da Silva, rebateu alguns de seus posicionamentos. Como você viu essas discordâncias por parte do ex-presidente?
Gilliard Henrique | Sobre as declarações do ex-presidente, não concordo em vários pontos, mas eu respeito. Não tenho nada pessoal contra ele, deu sua contribuição ao legislativo. Mas eu penso além. Com as riquezas que Gentio do Ouro têm, o céu é o limite. Vamos publicar um relatório da situação que encontramos a Câmara, e mostrar que não encontramos tudo em perfeito estado. Apesar das dificuldades, temos uma boa estrutura, não posso ficar só reclamando; até porque, estou com muita vontade de trabalhar.
O legislativo é algo novo para mim, estou aprendendo coisas novas, tendo a oportunidade de me aperfeiçoar na vida pública, praticar gestão. E podem ter certeza de que a nossa gestão ficará na história, vamos inovar e lutar pelo Município e pelos seus munícipes.
PAGINA REVISTA | Suas considerações finais.
Gilliard Henrique | Agradeço a todos que estão confiando no meu trabalho. E destaco, aqui, o trabalho da nossa Diretora Administrativa e Financeira, Marinalva, que tem sido muito útil para a nossa gestão; destaco, também, a colaboração dos demais servidores que nomeei, e que estão remando no mesmo barco. Mostraremos ao povo que chegamos para fazer a diferença. Que Deus abençoe a todos. Muito obrigado!
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