Reviravolta na política baiana: Otto candidato a governador
Senador Otto Alencar.
Rui Costa se definiu candidato ao Senado. Wagner mantem o mandato de Senador e vai para a articulação da campanha de Lula
O encontro, nesta terça-feira (15), entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Rui Costa e o senador Jaques Wagner ainda, porém os caminhos para a chapa majoritária do grupo parecem ter sido resolvidos de maneira unilateral ao longo dos últimos dias. Rui definiu que seria candidato ao Senado e obrigou os aliados a se adaptarem para não ruir o tripé formado entre PT, PSD e PP na Bahia. Com a decisão do governador, o senador Otto Alencar (PSD), que seria candidato à reeleição, seria deslocado para a candidatura ao Palácio de Ondina.
De acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, coube apenas a Rui a decisão de ser candidato ao Senado, sem sequer ouvir aliados. A situação gerou desconforto e houve um esforço para encontrar um denominador comum entre Wagner e Otto, que são aliados desde 2010 – o segundo mandato do petista teve o social-democrata como vice. Após um diálogo demorado, Wagner indicou que abriria espaço para que Otto fosse então candidato ao governo – ainda que o desejo inicial do senador fosse permanecer no cargo.
O arranjo contemplaria apenas PT e PSD, restando a vaga de vice para uma definição até o começo de abril, prazo final para desincompatibilizações. O Progressistas, de João Leão, herdaria um mandato tampão de 9 meses e, conforme avaliação de lideranças da esquerda, perderia a preferência por continuar na chapa. Esse entrave deve ser solucionado apenas ao longo das próximas semanas.
Caso confirmada a rearrumação do grupo político para a eleição de 2022, Wagner permaneceria como senador, assumiria parte da articulação política na campanha de Lula na Bahia e tentaria fazer as conexões entre o projeto de eleger Otto e o programa petista nacional. Até aqui, toda a estratégia do PT e da própria esquerda baiana foi reforçar a junção entre Wagner e Lula, tal qual aconteceu em 2006 e resultou na “onda vermelha”, que derrotou o carlismo na Bahia.
Na saída da reunião com Lula, Wagner negou que vá desistir de concorrer ao governo:
— Serei candidato — afirmou a jornalistas.
Wagner disse que Otto e o atual vice-governador, João Leão (PP), querem concorrer ao Senado e ainda está sendo estudado como será definida a chapa.
Otto é um dos principais aliados de Lula dentro do PSD. Na semana passada, Kassab afirmou que não poderia descartar um apoio ao petista ainda no primeiro turno porque lideranças, como o senador baiano, defendem esse caminho. Otto foi ainda um dos poucos políticos de partidos de centro a se colocar contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Wagner ainda tem quatro anos de mandato como senador. Se não for candidato, ele pode integrar a coordenação da campanha presidencial de Lula e ter um posto de destaque no eventual governo do petista.
O PT governa a Bahia há 16 anos. Foram dois mandatos de Wagner e dois de Costa. O principal adversário do partido na eleição baiana deste ano seria o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). As pesquisas o colocam como favorito.
Otto Alencar foi aliado de Antonio Carlos Magalhães, o avô de ACM Neto, e só se afastou do carlismo quando ocupou o posto de vice no segundo mandato de Jaques Wagner como governador (2011-2014).
Cultura&Realidade | com informações de Bahia Notícias, e O Globo.
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