Um palmeirense comentando o Flamengo
Imagem ilustrativa.
EDILSON ROCHA | Nestes anos em que acompanho futebol, conheci grandes times, grandes elencos, entre os quais o Santos, de Pelé e Edu, o Palmeiras, da segunda academia, o Inter de Falcão, o Flamengo, de Zico e Adílio, o São Paulo, de Muller e Palhinha. Evidentemente, não mencionei todos, mas, como amante do futebol, não poderia deixar de destacar o Flamengo do segundo semestre de 2019.
Não faço referência ao Flamengo do primeiro semestre, pois, a meu ver, títulos de Flórida Cup e do Campeonato Carioca não são parâmetros para analisar o desempenho de um time de futebol. Entretanto, os títulos conquistados pelo rubronegro do Rio de Janeiro no segundo semestre são sim parâmetros em meio a quaisquer analistas que realmente entendem um mínimo sobre futebol.
Ao falar que o Flamengo me assustou, acredito que estou representando o mesmo pensamento de milhões de pessoas que torcem para algum clube brasileiro ou, ao menos, acompanham futebol. Afinal, não houve ninguém no Brasil que não tivesse ficado maravilhado com o futebol técnico, veloz, envolvente, desprovido de retrancas do Flamengo com a chegada do seu técnico, Jorge Jesus, principalmente no segundo semestre, após a Copa América, vencida pela nada convincente Seleção Brasileira.
O que o Flamengo fez neste período levou-o a conquistar, merecidamente, dois títulos muito importantes e cobiçadíssimos pelos torcedores: o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores da América - este em circunstância épica, pois, a pouquíssimos minutos do final da partida contra o fortíssimo River Plate, da Argentina, conseguiu reverter uma derrota de 1 x 0 em uma vitória de virada por 2 x 1.
Apenas torcedores que são cegos de verdade ou que apenas fingem sê-los não enxergaram o belíssimo futebol apresentado pelo Flamengo em tal período. E isso fez com que caíssem por terra as justificativas de determinados técnicos brasileiros de que o futebol de hoje não comporta mais times que jogam primeiro para fazer gols e não para, primeiro, evitar tomá-los.
O Flamengo, do português Jorge Jesus, provou, na prática, que é possível fazer o futebol brasileiro retomar o futebol alegre, atrevido, ousado, que joga para o ataque, bastando formar um bom time, ainda que necessite investir milhões de reais em contratações de jogadores certos nas posições e esquemas táticos certos.
Dinheiro por dinheiro, o Palmeiras, maior campeão do Brasil, tem tanto quanto o Flamengo. Mas daí a ter o mesmo poder técnico que o time carioca, só o futuro dirá. Ademais, quanto mais estiverem bem os clubes brasileiros, técnica e financeiramente, melhores serão os níveis das competições de que irão participar em 2020.
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