Um voto pela democracia
Imagem ilustrativa.
LERROY TOMAZ | A 15 dias do segundo turno das eleições, marcado para o dia 30 de outubro de 2022, esta coluna abre espaço para, seguindo uma das linhas editoriais que a norteiam (a publicação de textos opinativos relacionados aos assuntos da ordem do dia), fazer a defesa enfática da democracia. O tema, que se revela essencial em momentos decisivos como o atual, já foi abordado em julho de 2021, quando publicamos o artigo “Em defesa do Estado Democrático de Direito”, que já teve quase 600 visualizações e mais de uma dezena de comentários (confira clicando aqui).
Naquela publicação, o foco principal foi ressaltar a importância da realização das eleições de 2022 para a democracia brasileira, já que declarações preocupantes sobre o assunto dominavam o noticiário da época. Desde então, os ataques à confiabilidade das urnas continuaram, mas o pleito aconteceu, em primeiro turno, sem maiores turbulências e após uma campanha vazia de ideias e cheia de ataques.
Sobre a qualidade e a relevância dos temas que pautaram o processo eleitoral, esta coluna também tratou, em janeiro deste ano, da importância dos debates (clique aqui e confira). Lamentavelmente, o que se viu foi a redução do número de encontros entre os candidatos e, naqueles que aconteceram, um enfrentamento despolitizado que não tratou com profundidade dos reais problemas do país: fome, desemprego, desigualdade, segurança, educação e saúde, entre outros.
O fato é que, apesar das críticas infundadas de alguns acerca do resultado que encaminhou o país para o segundo turno que se aproxima, os números extraídos das urnas não sofreram qualquer tipo de questionamento formal minimamente consistente, o que já é uma vitória. Assim, assegurada a realização das eleições, o que desperta preocupação é o que virá no período pós-eleitoral.
O pressuposto indispensável, em nosso sentir, é delimitar que o resultado das urnas, qualquer que seja ele, deverá ser respeitado e entendido. Respeitado, principalmente, pelos vencidos, e entendido, com igual importância, pelos vencedores.
A necessidade de respeito está ligada à aceitação da vontade popular, sem que haja qualquer tipo de questionamento por parte dos derrotados, garantindo-se a estabilidade democrática do país. O entendimento, por sua vez, é com relação à clara divisão da sociedade, o que indica que os eleitos não terão, em nenhuma hipótese, cheques em branco para agirem como bem entenderem.
Mais especificamente com relação à Presidência da República, aquele que for eleito para exercê-la a partir de janeiro de 2023 precisa ter a sensibilidade de entender o forte acirramento existente entre os brasileiros, com a grandeza necessária para promover uma profunda e verdadeira reconciliação do país. As preferências, por qualquer um dos lados, não podem ser interpretadas pelos antagônicos como demérito, mas como resultados de visões de mundo diferentes.
O próximo presidente da República precisará ter humildade para buscar entender o que nos trouxe até aqui e, mais do que isso, assumir compromisso de endereçar o país rumo à pacificação da sociedade brasileira. Tamanha grandeza, obviamente, só se pode esperar de quem tem compromisso genuíno com a democracia, de quem aceita os reveses, por mais duros que sejam, sem oferecer ameaças à estabilidade constitucional, de quem, gostemos ou não, é o único merecedor de um verdadeiro voto pela democracia.
16 Comentários
Márcia Queiroz Rocha
26 de Outubro de 2022 às 11:09Parabéns pelo artigo Lerroy. Muito importante!
Claudinei
17 de Outubro de 2022 às 21:38Nessas eleições, os candidatos estão perdendo a oportunidade de fazerem menções à economia, soluções para conter a inflação, meios de geração de emprego, avanços na ciências e tecnologia. Estamos vivenciando uma campanha de ataques e de olho no passado.
Regina Pires
15 de Outubro de 2022 às 17:39Excelente artigo. O momento atual deveria ser de mudanças com novos representantes. Parabéns
Acácia Barros
15 de Outubro de 2022 às 10:56Parabéns meu filho amado por mais um artigo excelente , continue deixando Deus te usar te amo ❤️
Lara Queiroz
15 de Outubro de 2022 às 10:38Sábias colocações. A democracia precisa ser defendida em todos os espaços. Precisamos fortalecê-la! Muito bom
Tomaz santos
15 de Outubro de 2022 às 10:30Excelente narrativa desse grande advogado Dr Lerroy, nos seus textos continuo nessa revista, pois estamos no momento ímpar da nossa democracia, para elegermos o nosso presidente a governar este país, país este de milhões de brasileiros, ainda adormecidos em exercer os seus direitos contidos em nossa constituição brasileira, vamos acordar povo brasileiro, não pra esperar mais pra cobrar de quem nós o elegemos, atitudes antes do prazo de vencimento, a final este país é nosso e vamos juntos governar essa nação.
Edvan Ferreira Uchôa
15 de Outubro de 2022 às 09:16É verdade. A partir de janeiro de 2023 não devem existir divergências na sociedade porque existirá um governante para todos, sem distinção de raça, gênero ou partido político. É importante deixarmos para trás os pensamentos de oposição e aceitar que todos seremos governados por aquele que melhor representa a vontade do povo e, espero, a democracia. Porém, não nos exime o direito de questionar e nos mobilizar em busca da garantia dos direitos em casos de aparelhamento das instituições ou abusos, dentre outras ações incompatíveis com o Estado democrático de direito. Esperamos que no dia 30/10 o povo tenha discernimento para eleger quem pode garantir a liberdade, a fraternidade e o amor.
Joilza Araújo Teixeira
15 de Outubro de 2022 às 07:51Lamentavelmente o debate das idéias, propostas está cada vez mais raro, uma tendência que se repete nas disputas estaduais. Os programas eleitorais se tornaram embates pessoais absolutamente desrespeitosos, com os adversários e naturalmente com os eleitores. A polarização é um fenômeno que atenta contra a civilidade da inteligência e do bem comum. O momento é grave e podera atingir o ápice da bestialidade sem a segurança que a democracia estabelece para todos portanto, defendê-la é um dever é um direito de todos!
Joseval Santiago araujo
15 de Outubro de 2022 às 07:31Como descreveu Dr leroy na verdade a democracia e tudo hoje em um paiz sofrido pelo discaso dos nossos governantes onde os mais necesitados sao.os mais antingido independiente de quem ganhar não temos que ficar brigando pela sua preferencia e sim pelo.melhor para o brasil por isso vamos votar consciente pensando.no.melhor pra população
Mateus Fonrajo
15 de Outubro de 2022 às 05:00Exatamente isso, os debates foram verdadeiros embates, boa parte das tercerias vias eram a que superaram mais isso e ainda conseguiu apresentar alguma ideias. E esperamos que o Processo Democrático possa realmente ser saudável, que o Futuro Presidente una o Brasil e represente todos e todas e não apenas uma parcela da Sociedade.
Reginaldo da Silva Pires
14 de Outubro de 2022 às 22:42VIVENCIAR VÍ UM POVO QUE COME MAS NÃO SE ALIMENTA QUE FALA MAS NADA SE OUVE QUE PENSA MAS NADA CONSTRÓI UM POVO QUE QUER E NADA FAZ JÁ NÃO VEJO O POVO DA RAZÃO OS DEDOS UNIDOS QUE FORMAM A MÃO SÓ VEJO TRISTEZA NO OLHAR A TÊZ CANSADA CALOS DE TANTO CHÃO ESPERO VER NÃO MUITO DISTANTE A VOZ CLAMANTE PÃO E ÁGUA POESIA DA VIDA RESSURGINDO DA CAVERNA ECOANDO ECOANDO DE VENTO EM VENTO FECHANDO A FERIDA DESPERTAR POVO DOENTE Á MERCÊ DA MEDUSA GRITANTE CRIADA PELA GENTE QUE NÃO PENSA E SENTE NAS ENTRANHAS O GOSTO AMARGO DA ESCRAVIDÃO POVO DESCRENTE TIRA O VÉU DA FACE VÊ QUE O DIA PERMANECE CINZENTO CRÊ NA POESIA POIS ELA É A TROMBETA VERTENTE EMPUNHA TUA ESPADA E BRADA BRADA BRADA O TEU CANTO DE GUERRA SEM TEMOR AO GIGANTE ARROGANTE TAPA OS TEUS OUVIDOS AOS CANTOS DAS SEREIAS ENVOLVENTES O PAÍS CANSOU DE SER DEMENTE PASSA A PÁGINA DA HISTÓRIA E ESCREVE UMA ÚNICA PALAVRA HONESTIDADE Fala-se em Democracia: Governo do povo, para o povo e pelo povo, entretanto, observa-se Demo+Cracia, a Cracia do Demo, onde o povo é apenas massa de manobra. Os interesses e as necessidades de povo que são explícitadas durante os \"Debates\" e nos horários políticos, ficam em última vontade política para quem vence as Eleições em todos os níveis. Certa vez Pelé comentou que o povo brasileiro não sabe votar, dura realidade, uma vez que, temos a oportunidade da mudança de 4 em 4 anos, sofremos durante esse período, passamos a entender e vivenciar o comportamento de quem nos governa, de quem nos representa politicamente e continuamos a votar e preferir os mesmos, continuamos cegos, surdos e mudos, ainda não saímos da \"caverna\", continuamos na escuridão. Ou seja, praticamos a ideologia do escravo feliz.
Heron
14 de Outubro de 2022 às 22:41Não podemos negar que existe uma disputa por poder, disputa por cargos e Interesses pessoais, que vai além de cargos políticos, penetrando na mídia e canais de comunicação. Com base, ocorre uma disseminação em massa de notícias manipuladas e editadas ao contexto que for conveniente. A grande questão em jogo, nas eleições de 2022, é a disputa de ideologias, de identidade e as suas representatividades. O Brasil voltou a produzir, existe uma linha de crescimento econômico, consequentemente diminuindo taxas de desemprego e voltando a dar esperanças ao povo brasileiro. Políticas de gastos em demasia, causam satisfações momentâneas e consequentemente prejuízos aos cofres públicos, aumento da inflação, desemprego, elevação do índice da pobreza, entre outros.
Andrey Barros
14 de Outubro de 2022 às 22:17Ótimo artigo.
Vinícius
14 de Outubro de 2022 às 22:00Parabéns pelo artigo.
Francisco F Santana
14 de Outubro de 2022 às 21:55Boa noite.Esse país presisa de lei dura anti corrupção.asim deve melhorar.
Záfya Tomaz
14 de Outubro de 2022 às 20:57Colocação perfeita! Precisamos defender a democracia!